O início da transição entre os fenômenos El Niño e La Niña neste ano deixa os produtores de trigo gaúchos mais otimistas. Depois de dois anos de safras frustradas, a situação climática de 2016 deve ser mais tranquila quanto às chuvas, trazendo perspectivas mais positivas para o triticultor. O clima foi um dos assuntos trazidos pela Biotrigo Genética no Seminário Técnico de Trigo no município de Carazinho (RS).

O evento, que aconteceu nessa quinta-feira (06), recebeu técnicos, produtores de sementes, agricultores e cooperativas licenciadas Biotrigo para, além de fazer lançamentos, destacar serviços e orientar toda a cadeia tritícola para a safra de 2016. Na palestra “Clima e seus impactos na produção agrícola”, o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, apresentou as condições climáticas para todo o Brasil, com destaque para o Rio Grande do Sul.

Para a cultura do trigo, diferentemente dos últimos três anos, o clima será um forte aliado já que as previsões para os próximos meses indicam chuvas e temperaturas dentro da neutralidade. Apesar de ter o clima como um fator positivo neste ano, o produtor precisa estar atento a outros fatores, que podem fazer a diferença na colheita.

Conforme o engenheiro agrônomo Dirceu Gassen, três fatores geram angústia no produtor: clima, preço e produção. Os dois primeiros não podem ser controlados, contudo, os processos de produção exigem informação, conhecimento e dedicação. “Produzir mais, fugir de riscos e trabalhar em um sistema de produção”, são alguns dos conselhos do especialista. A soja é a cultura que mais gera renda para o agricultor, mas, para obter uma boa safra, é preciso pensar no tratamento do solo e é aí que entra a relevância do trigo.

O trigo é a cultura de outono e inverno, que permite manejo da fertilidade, sanidade e preparo para estabelecer renda no sistema de produção. “A semeadura define o potencial da lavoura, logo, se plantar trigo, faça bem feito, com capricho na hora certa. Se tiver dúvida, plante área menor, com qualidade nos processos de manejo para gerar renda e condições para produzir mais soja”, explicou.

Manejo do nitrogênio

“Precisamos ter lucro no trigo. Não podemos plantar soja e perder no trigo”, defendeu a engenheira agrônoma Ingrid Arns. Ela avalia experimentos com trigo em lavouras na região dos municípios de Vacaria e Bom Jesus, local que se destaca pelos altos rendimentos na produção de grãos.

“É preciso usar a quantidade adequada de Nitrogênio e parcelar as aplicações, assim vamos ter melhor aproveitamento de nutriente pela planta e melhorar o potencial produtivo e da qualidade industrial do trigo, mas precisamos ter ao mesmo tempo um controle eficiente das doenças, manchas foliares, oídio e giberela. Outro fator Importante é se posicionar na época de semeadora, escolher a cultivar e corrigir o perfil do solo”, disse.

O diretor técnico da Biotrigo, Ottoni Rosa Filho destacou a tecnologia de aplicação indicada por grupos de cultivares do portfólio da Biotrigo e as tendências de resposta com o tratamento. “A solução para evitar a perda de Nitrogênio é o fracionamento, permitindo melhor utilização do fertilizante. O resultado é maior segurança, uniformidade e qualidade”, explicou.

Lançamentos

Duas novas cultivares desenvolvidas pela Biotrigo Genética foram apresentadas no evento.O TBIO Sossego e o TBIO Energia I, voltado para a produção de silagem e pré-secado. Conforme o engenheiro agrônomo e supervisor comercial da Biotrigo Genética, Tiago de Pauli os quatro pilares do TBIO Sossego são a sanidade de espiga, a sanidade foliar, o alto teto produtivo e a qualidade industrial. A cultivar leva esse nome porque facilita o gerenciamento do manejo fitossanitário.

“O Sossego não tem similar no mercado, perdoa mais fácil nossas limitações e atrasos, mas não dispensa fungicida”, alertou. A semente de TBIO Sossego chega em 2017 para todos os triticultores.

Segundo o mestre em zoonecnia e Técnico em Novos Negócios da Biotrigo Genética, Ederson Luis Henz, um dos gargalos da bovinocultura nacional é a produção de alimento dos animais, justamente no fator que determina a sua produtividade. Ele apresentou o TBIO Energia I, cultivar de trigo que chega ao mercado exclusivamente para produção de silagem e pré-secado para alimentação animal.

“A cultivar, que é uma alternativa para produção de volumosos, não é concorrente da silagem de milho, pois os seus estabelecimentos nas lavouras se dão em épocas diferentes, minimizando, desta forma, a sazonalidade na produção de forragem. É direcionada para alimentar o gado leiteiro e pecuária de corte, que precisa de um alimento altamente energético, fonte de amido e proteína dentro de uma dieta do animal”, disse. A semente básica começa a ser distribuída em 2017 para os produtores de semente licenciados da Biotrigo.

Homenagem

Durante seminário, o engenheiro agrônomo Sérgio Schneider, gerente técnico e responsável pela área de pesquisas da Coopermil, de Santa Rosa (RS) recebeu uma homenagem pela sua contribuição e relevância do seu trabalho em busca da qualificação do trigo. “A triticultura cresce muito com pessoas como Schneider que desafiam a pesquisa e desta forma promovem a inovação tecnológica”, disse o diretor de negócios da Biotrigo, André Cunha Rosa. Fonte: Ascom