01/01/2025 - 8:00
O brasileiro tem sentido no bolso o aumento do azeite extravirgem. De acordo com o IBGE, o preço do óleo subiu 50% em 2024 em relação ao ano passado. Porém, dados da safra europeia de azeitona devem trazer boas notícias para 2025.
Após dois anos de queda, a safra de azeitonas na Europa, que começou no mês de outubro, deve trazer alívio para o mercado. Volumes maiores do que nos anos anteriores são esperados nos principais países produtores, o que pode resultar uma redução de preços de cerca de 20% para o consumidor brasileiro já em 2025.
“Após dois anos de forte queda na produção, que causou aumentos de preços de aproximadamente 50%, a expectativa agora é de que o mercado reencontre o equilíbrio, permitindo que mais consumidores voltem a incluir o azeite em sua rotina alimentar”, comenta Leonardo Scandola, diretor comercial da Filippo Berio na América Latina.
O maior produtor mundial de azeite é a Espanha, que respondeu em 2022/23 por 28,6% do mercado, seguido por Turquia (13,9%), Grécia (12,8%) e Itália (8,6%), segundo dados do Conselho Oleícola Internacional (IOC, na sigla em inglês).
Segundo o executivo, a previsão de produção global para a campanha 2024-2025 é de cerca de 3,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 23% em relação à última safra. Esse crescimento é impulsionado principalmente por safras abundantes na Espanha, Tunísia, Turquia e Grécia, que devem ajudar a equilibrar o mercado e responder à demanda reprimida.
A queda não será ainda maior porque a situação na Itália, outro grande produtor, ainda está difícil. “Devido à seca intensa e às altas temperaturas nas principais regiões produtoras do Sul, como Puglia e Sicília, a produção do país deve cair até 32% em relação ao ano passado, o que pode rebaixar a Itália da segunda para a quinta posição entre os maiores produtores globais”, explicou.
Mudanças climática exigem adaptação
O aumento da produção na safra que se iniciou em 2024 não exclui o fato de que as secas mais prolongadas devem continuar afetando a produção de azeitona no mundo. Para isso, Scandola afirma que os produtores devem investir em tecnologias para diminuir o impacto das mudanças climáticas nas plantações.
“Precisamos de modelos agrícolas que minimizem os efeitos climáticos inesperados e protejam o setor”, diz, destacando a necessidade de investir em variedades de oliveiras mais resistentes à seca e em tecnologias de monitoramento hídrico para reduzir o déficit nas lavouras.