19/05/2021 - 18:14
A sondagem de abril da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) mostra aumento de 59% para 61% dos empresários que citaram crescimento nas exportações. Esse aumento coaduna com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério da Economia, que em abril mostraram um total de US$ 468 milhões de exportações de produtos elétricos e eletrônicos, valor 53% superior ao de abril de 2020.
Neste caso também, a forte taxa de incremento contou com a base fraca de comparação anotada em abril de 2020, decorrente da pandemia da covid-19. Dessa forma, as exportações de produtos elétricos e eletrônicos somaram US$ 1,6 bilhão no acumulado de janeiro a abril de 2021, 11% acima das ocorridas no mesmo período do ano passado, que somaram US$ 1,5 bilhão.
No caso das importações de produtos do setor, o valor equivalente aos produtos desembarcados no Brasil somou US$ 3,1 bilhões, com elevação de 38% em relação a abril de 2020.
No acumulado dos primeiros quatro meses de 2021 o incremento das compras externas foi de 19%, somando US$ 12,7 bilhões.
Ainda nessa sondagem, a utilização da capacidade instalada ficou praticamente estável, com redução de um ponto porcentual, passando de 78% em março, para 77% em abril.
Crédito
No que se refere ao crédito, entre as empresas que utilizam financiamentos para capital de giro, foi observado o quarto aumento consecutivo no número de entrevistadas que relataram dificuldades na sua obtenção, passando de 5% em dezembro de 2020 para 32% em abril de 2021.
Apesar do incremento, esse porcentual permaneceu muito abaixo dos 67% verificados em abril do ano passado. A dificuldade no acesso ao crédito foi um dos principais entraves encontrados pelas empresas no início da pandemia. Ainda referente aos financiamentos para capital de giro, a maior parte das empresas, ou seja, 74% das entrevistadas não utilizam esses recursos.
Neste levantamento, recuou pela segunda vez seguida o número de entrevistadas que relataram pressões em alguns custos, tais como de energia, água, impostos, entre outros, que estava em 53% em fevereiro e passou para 40% em abril. Essas quedas interromperam o ciclo de oito elevações consecutivas. Apesar do recuo, este resultado permaneceu muito acima dos 14% registrados em junho de 2020.
Essa sondagem também identificou que algumas empresas estão enfrentando gargalos logísticos, tais como os atrasos no envio de cargas nas exportações, citado por 26% das entrevistadas que exportam. No caso das importações, 43% das pesquisadas que realizam compras externas relataram atrasos no recebimento de cargas.
Conforme as empresas do setor, esses entraves foram verificados em diversos portos e aeroportos no Brasil, tais como: portos de Santos (SP), Vitória (ES), Rio Grande (RS) e aeroportos como Guarulhos (SP), Viracopos (Campinas – SP), Florianópolis (SC), Afonso Pena (PR), Salgado Filho (RS).
Essas dificuldades também foram relatadas nos portos e aeroportos em diversas regiões do mundo como na Europa, Estados Unidos, Hong Kong e China. Ainda nesse levantamento, 31% das empresas perceberam aumento nos custos de armazenamento de cargas em galpão.