Vereadores da base do prefeito Bruno Covas (PSDB) articularam na manhã desta terça-feira, 8, a indicação do presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma, para cargo de conselheiro no Tribunal de Contas do Município. Oficializada a indicação, Tuma será o primeiro tucano a integrar a corte, conhecida por suspensões polêmicas a obras da Prefeitura.

A movimentação começou após a oficialização da saída do conselheiro Edson Simões, ocorrida por meio de publicação no Diário Oficial da Cidade desta terça-feira. Simões, conselheiro há quase 24 anos, pediu a aposentadoria. Ele estava no TCM desde a gestão de Celso Pitta e ocupava uma cadeira reservada a nomes indicados pelo Legislativo.

Desta forma, a eleição de Tuma deve ocorrer por meio da aprovação de um Projeto de Decreto Legislativo (PDL). A apresentação do projeto requer 19 assinaturas. Tuma terá ainda de ser sabatinado e seu nome terá de ser aprovado por Covas, de quem é próximo. A expectativa, na Câmara, é que o processo termine até sexta-feira.

Com a saída de Covas, a presidência da Casa deve retornar ao vereador Milton Leite (DEM), hoje primeiro vice-presidente e um dos principais aliados de Tuma e de Covas. Ele é o candidato da base para permanecer no cargo em 2021 e 2022.

A quantidade de assinaturas necessárias para a apresentação de outros concorrentes é maior do que os votos que a oposição tem atualmente na Câmara. Desta forma, nem PT nem PSOL devem se movimentar para viabilizar a candidatura de algum rival.

Tuma, de 39 anos, concorreu à reeleição para o cargo de vereador no mês passado e foi eleito com 40.270 votos (o 12º colocado). Advogado, ele entrou na vida política buscando o capital político do tio, o ex-senador e ex-delegado da Polícia Federal Romeu Tuma (1931-2010). Fiel da Igreja Bola de Neve, o tucano é um dos expoentes da bancada evangélica paulistana e auxiliou Covas a se aproximar desse público nas eleições.

Investigações

Tuma teve envolvimento indireto em alguns escândalos durante sua passagem pela Câmara Municipal. Em 2014, um de seus assessores foi flagrado cobrando propina de empresários para que suas empresas não aparecessem em uma lista de comércios irregulares da cidade. Em 2018, ele foi alvo de uma investigação do Ministério Público sobre a evolução incomum de seu patrimônio, e teve o sigilo quebrado.

Em ambos os casos, o vereador negou ter praticado irregularidades. No primeiro caso, o assessor foi exonerado. No segundo, Tuma disse que a evolução de bens se deu em razão da herança recebida do pai – funcionário de carreira da Câmara. Nenhuma investigação resultou em denúncia.

No próximo mandato, Covas deverá indicar ainda mais um nome para o TCM. O conselheiro Maurício Faria, indicado pela prefeita Marta Suplicy em 2002, deve chegar aos 75 anos, idade limite para a aposentadoria compulsória.