SEGURANÇA ALIMENTAR

A COREIA DO SUL INVESTE NA RÚSSIA

Sul-coreanos estão preocupados com o abastecimento futuro de alimentos. No ano passado, o conglomerado Daewoo anunciou o arrendamento de 1,3 milhão de hectares em Madagascar, pensando em garantir o suprimento de milho e palma no país. No entanto, com a troca do governo na ilha, o contrato foi cancelado. Agora, foi a vez da Hyundai. A empresa divulgou que tem planos de arrendar 50 mil hectares no leste russo para plantar milho e soja. A antecipação sul-coreana se explica pelo fato de o país ser pobre em recursos naturais.

COURO

Exportações

As exportações brasileiras de couro no primeiro trimestre caíram 57% e atingiram US$ 228 milhões, segundo o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). “A redução é consequência da crise financeira que se espalhou no quarto trimestre de 2008”, diz Luiz Bittencourt, presidente do CICB.

COOPERATIVAS

A energia do bagaço

Na contramão da crise, a Cooperativa Agroindustrial de Maringá anunciou que investirá R$ 40 milhões em cogeração de energia a partir do bagaço de cana. A produção será de 9,5 megawatts/hora e se destinará à demanda própria, hoje em 13 megawatts/hora. O bagaço será fornecido pela Usina São Tomé, que pertenceu à cooperativa no passado.

CAFEICULTURA

A nova lei

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 11.922. O documento prevê que os mutuários com financiamentos de alongamento do Funcafé com vencimento para 2014 possam reescalonar o saldo devedor em parcelas trimestrais, semestrais ou anuais até 2020.

CASTANHA DO BRASIL

O Acre terá polo

A Companhia Nacional de Abastecimento instalou no Estado do Acre um polo de subvenção a produtos extrativistas, beneficiando associações e cooperativas de comerciantes de borracha natural e castanha-dopará, conhecida como castanha do Brasil. A decisão foi tomada pelos Ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente, da Fazenda e do Desenvolvimento Agrário.

SOJA

A previsão é que a safra recue 4%

Pelas previsões da consultoria Safras & Mercado, a produção brasileira de soja na campanha 2008/2009 terá um recuo de 4%, fechando com 57,9 milhões de toneladas. As estimativas são mais otimistas que as da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apontava uma queda de 4,5%. Em termos de Estado, o Paraná foi quem mais perdeu e deve ter uma baixa de 18%.

MÁQUINAS

Ribeirão Preto pode ser palco da F-Indy

A cidade de Ribeirão Preto pode receber uma etapa da Fórmula Indy no ano que vem. O município concorre com São Paulo e Brasília, mas é o candidato mais forte por ser o polo brasileiro de fabricação de álcool, o combustível da F-Indy. A ideia é fazer um circuito de rua utilizando as vias da cidade. Carlo Gancia, representante da F-Indy no Brasil, disse que gostou de vários lugares.

CHÁ EM ALTA

O efeito clima

Embora não seja uma commodity, o chá está em alta. A estiagem afetou as plantações na Índia, no Quênia e Sri Lanka, países que juntos respondem por metade das exportações mundiais do produto. No Quênia, a seca fez com que o preço do quilo do chá subisse 15% em relação a dezembro, passando a custar US$ 3,40.

BIOTECNOLOGIA

A soja contra a Aids

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Agência Nacional de Saúde dos EUA (NIH, sigla em inglês) chegaram a variedades de soja transgênica capazes de neutralizar o vírus da Aids. A ideia é que a oleaginosa sirva de fábrica viva de um princípio ativo que será usado em um gel anti-HIV, produto voltado à prevenção do público feminino. As proteínas responsáveis pela neutralização são a cianovirina- N e a griffithsina, ambas extraídas de algas.

FRUTICULTURA

O frio ajuda morangos

A redução das chuvas no Estado de São Paulo está ajudando a safra de morango. Além disso, a umidade média do solo em torno de 70% e a queda da temperatura noturna propicia que o fruto se desenvolva bem, atingindo maior tamanho e sabor acentuado. Jundiaí, Atibaia e Monte Alegre do Sul são os principais polos produtores.

AGROPATROCÍNIO

Flamengo

O Flamengo corre o risco de trocar a gasolina da Petrobras pelo álcool da gigante sucroalcooleira Cosan. A usina é cotada para ser o principal patrocinador do rubro- negro. Se a negociação se confirmar, a Cosan será mais uma empresa do agronegócio a patrocinar um clube de futebol. O grupo Fiat, dono da marca de máquinas agrícolas CNH, já patrocinou o Palmeiras e, na Itália, patrocina o Juventus.

 

ARMAZENAGEM

Tudo pela qualidade

A Embrapa Trigo e a Embrapa Soja têm um programa para evitar perdas na armazenagem de grãos, estimadas em R$ 1,4 bilhão: o Manejo Integrado de Grãos Amazenados. Ele visa manter a qualidade dos grãos armazenados e orienta desde a limpeza do ambiente até a identificação de pragas e usos de inseticidas.

LOGÍSTICA

O frete encarece o milho

No Rio Grande do Sul, o preço da saca do milho está alcançando R$ 24, ante uma média de mercado de R$ 22. O motivo é o custo do frete. Em pleno auge da safra de soja, os produtores do cereal estão com dificuldades para encontrar caminhões, o que fez o preço do frete do milho subir de R$ 55 pra R$ 70 a tonelada.

FERRUGEM DA SOJA

Paraná ataca a doença

Com a seca que assolou o oeste paranaense, o fungo causador da ferrugem asiática chegou no final da safra. A doença se espalhou com rapidez, o que deve custar ao Estado R$ 870 milhões em aplicação de fungicidas e com perda de colheita de 15%. Em termos nacionais, o prejuízo deve ultrapassar R$ 1 bilhão.

INFLUENZA AVIÁRIA

Mapa classifica Estados

OMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou a classificação dos 22 estados brasileiros participantes do Plano Nacional de Prevenção à Influenza Aviária e Doença de Newcastle, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso receberam a melhor avaliação, o conceito B e são considerados referências. O Paraná, que em 2007 recebeu o conceito C fez todos os procedimentos necessários e subiu de posição.

PREVISÃO DE SAFRA

Dá-lhe mandioca

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento revelam que o Brasil pode chegar a 26,65 milhões de toneladas de mandioca seste ano em uma área de 1,87 milhão de hectares. São produzidos 16,84 milhões de toneladas nas regiões Norte e Nordeste e o restante no Centro-Sul do País. O preço médio é de R$ 165 a tonelada.

CARNES

“O Brasil tem que se impor”

Otávio Cançado, diretor-executivo da Abie,c fala sobre os novos desafios da carne brasileiro no mercado internacional

DINHEIRO RURAL – Como está a situação brasileira em relação à Europa?

OTÁVIO CANÇADO – Vivemos um paradoxo. A União Europeia está sem carne, mas não flexibiliza a entrada da carne brasileira. Ela não poderá sustentar essa posição por muito tempo. Caímos de mais de três mil fazendas para pouco mais de 300. Acredito que temos plena capacidade de chegar a mil fazendas no curto prazo e, em breve, estaremos perto das três mil propriedades habilitadas.

RURAL – Mas o que está sendo feito para reverter essa situação?

CANÇADO – A diplomacia brasileira tem de ser mais agressiva. Não podemos aceitar passivamente tudo o que eles decidem. O Brasil tem de aprender a se impor comercialmente. Para que você tenha uma ideia, o que embarcamos para a Rússia equivale a toda produção argentina.

RURAL – A Rússia é bom cliente?

CANÇADO – A Rússia é uma grande compradora e mais da metade de seu rebanho é leiteiro. O país vai demorar mais de uma geração para emplacar um programa que aumente a produção. Ainda assim, vendemos carne congelada para eles. Se mandássemos resfriada, a validade desse produto chegaria muito apertada, fora os problemas de transbordo na Europa.

RURAL – Quanto às famosas cotas, há alguma alteração?

CANÇADO – A Europa não consegue cumprir as cotas que ela mesma impõe, e nos beneficiamos dessa ineficiência. Não aceitaremos cotas específicas, até porque aos poucos estamos provando que o produto brasileiro tem qualidade e chegará um momento que não haverá mais motivos para que nossa carne seja barrada.

RURAL – E o crédito internacional, como está?

CANÇADO – Tenho encontrado banqueiros de todo o mundo para reforçar a posição do Brasil de que, se eles não destravarem o crédito, a economia não voltará a crescer. Tenho mostrado que as empresas brasileiras têm condições de se manter bem no mercado, mas cabe aos bancos liberar esse crédito.