Após uma crise energética no Amapá, que durou mais de 20 dias, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou ontem que estudos apontam que o País passa por uma situação de “abundância de fontes de energia” ao lançar o Plano Nacional de Energia 2050. Segundo ele, a situação faz com que a disponibilidade supere as projeções mais otimistas de demanda prevista para os próximos anos e dá oportunidade de o País se tornar exportador de energia.

Elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o estudo traz um conjunto de recomendações e diretrizes para nortear a política do País no setor nas próximas décadas. “Com o plano teremos melhores condições no processo de tomada de decisões sobre políticas energéticas com embasamento técnico e nivelamento de conhecimento com todos os agentes do setor”, disse o ministro durante o evento de lançamento do documento.

Segundo ele, o momento em que o País passa mostra a importância de ter uma geração de energia “confiável e limpa”, como a geração nuclear. Disse que, conforme previsto no Plano Nacional de Energia 2050, novas usinas nucleares terão que ser construídas no País nos próximos anos. A fonte é uma bandeira do ministro e do próprio presidente Jair Bolsonaro desde o início de seu governo. O ministro também destacou o potencial de fontes como a energia eólica e solar.

A apresentação do ministério aponta que o Brasil tem hoje uma baixa disponibilidade energética por pessoa na comparação com outros países. De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético da pasta, Paulo César Domingues, isso demonstra o potencial de desenvolvimento do setor. O plano aponta que, mesmo com ganhos na eficiência energética do País, a demanda por energia elétrica pode aumentar 3,3 vezes até 2050.

Em linha com o ministro, o secretário afirmou que o Brasil tem abundância e diversidade em recursos energéticos, tanto fósseis como renováveis. “Somente a parcela dos recursos mais facilmente acessíveis representa 60% a mais do que toda a demanda do período”. O governo destacou que os recursos renováveis e “mais limpos” representam mais da metade dos recursos disponíveis no País.

Apesar da declaração do ministro, o País passa por uma situação crítica no nível dos reservatórios das principais hidrelétricas. O problema levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a retomar o sistema de bandeiras tarifárias no início deste mês, com o acionamento da bandeira vermelha patamar dois, o mais caro.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a falar em suas redes sociais, que o País corre risco de ter apagões devido aos níveis dos reservatórios.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.