RENDA AGRÍCOLA

Previsão é de queda

As estimativas não são boas para o produtor rural. Baseado nos levantamentos de safra até maio, o Ministério da Agricultura divulgou a previsão da renda agrícola para 2009. O resultado deve ser de R$ 155,2 bilhões para as 20 principais lavouras. Se o valor se confirmar, a renda será 3,8% menor que a do ano anterior. Os produtos que apresentam a maior redução são: milho (-28,1 %), algodão herbáceo (-27,6%), café (-14 %), cebola (-14,2%) e feijão (-16,4%). No entanto, alguns terão crescimento. Entre eles, a uva (202,7%), o cacau (19,7%), o arroz (17,7%) e a mandioca (14,6%).

ARROZ

Gaúchos querem adiar pagamentos

Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul querem adiar o pagamento das linhas de capital de giro obtidas no Banco do Brasil. Para isso, a cadeia prepara uma série de propostas que irá apresentar ao governo estadual. O pedido para postergar os venci- mentos seria uma forma de dar fôlego aos agricultores, uma vez que os preços do arroz não subiram diante a redução dos estoques.

SUÍNOS

Desempenho em 2009

Pedro Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, diz que o desempenho do segmento será melhor que em 2008. A projeção é baseada no fechamento das exportações de maio. No entanto, se o dólar estiver abaixo de R$ 2, mesmo com um volume maior, será prejuízo na certa.

MARACUJÁ

Praga reduz oferta da fruta

A incidência do vírus de endurecimento do fruto e problemas climáticos fizeram a oferta de maracujá cair drasticamente nos últimos meses. O cenário tem levado as indústrias de sucos a renegociarem os pedidos de seus clientes, já que a fruta está escassa.

PECUÁRIA DE CORTE

Mercado aquecido

As boas vendas em remates de animais de produção têm animado produtores como o pecuarista Carlos Viacava. “O mercado está muito propenso à venda de bois e acho que este ano as vendas serão fortes até o fim do ano”, avalia. Isso porque, segundo ele, há uma demanda muito intensa por parte de criadores que precisam aumentar seus rebanhos. Em 26 de julho o próprio Viacava, que é ex-presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, fará um remate em que vai oferecer mais de 300 touros. “Esse é um momento estratégico para as vendas, uma vez que o mercado está comprador”, diz.

ARMAZENAGEM

Silos econômicos são novidade

A Kepler Weber lançou uma linha de silos econômicos para produtores individuais. Enquanto os silos tradicionais custam, em média, R$ 350 mil, os novos produtos saem a partir de R$ 130 mil. A novidade é a arma da Kepler para enfrentar a recessão que estagnou a procura por silos. A projeção é vender 400 unidades até 2010.

ILLYCAFFÈ

Torrefadora fatura 280 milhões de euros

A italiana Illycaffè atingiu o faturamento de 280 milhões de euros no ano passado. O resultado é creditado às ações da companhia. Entre elas, a joint venture com a Coca-Cola, que resultou no lançamento da Illyssimo, uma bebida enlatada pronta para beber, a expansão da rede de cafeterias da empresa, a Espressamente Illy, e o lançamento da cápsula IperEspresso de extração de café.

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AVICULTURA

Redução dos alojamentos

A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef) e a União Brasileira de Avicultura (UBA) estão recomendando cautela em relação à produção de frango e ao alojamento de pintos de corte. O motivo são as contingências dos mercados interno e externo. Os altos custos e o difícil acesso ao crédito tornam inviável a manutenção de estoques carregados.

LARANJA

Preço mínimo?

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura quer incluir a laranja e demais citros na política de garantia de preços mínimos. Para isso, está encaminhando um documento à Secretaria de Política Agrícola. O argumento é que doenças que colocam em risco a citricultura precisam de cobertura por mecanismos de garantia de renda.

SEMENTES PIRATAS

Economia que sai cara

Todo início de julho é a mesma coisa. Os produtores começam a comprar as sementes para plantar a próxima safra. Na tentativa de economizar, alguns recorrem ao material ilegal. No entanto, o barato acaba custando caro. O produto sem registro do Ministério da Agricultura não tem garantia e pode levar à queda de produtividade e ainda provocar uma proliferação de pragas e doenças. No ano passado, uma ação do Mapa suspendeu a comercialização de mais de 22 mil toneladas de sementes.

AÇÚCAR E ETANOL

Bunge foca setor

A divisão de alimentos da Bunge está com planos de expansão no setor sucroalcooleiro. Do total de investimentos até 2012, R$ 2,1 bilhões estão destinados ao fortalecimento das operações com açúcar e álcool, uma área nova para a empresa. “O mercado vive um período de consolidação e somos consolidadores”, diz Sérgio Roberto Waldrich, presidente da Bunge Alimentos. O posicionamento da multinacional é o mesmo do de outras companhias. Todos querem aproveitar o período de baixa para investir e se fortalecer.

PECUÁRIA

Greenpeace na mira da indústria

A Confederação Nacional da Agricultura, presidida pela senadora Kátia Abreu, e a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Car-nes (Abiec) processarão o Greenpeace por danos morais e materiais. A organização ambientalista soltou um relatório em que coloca os pecuaristas como os principais responsáveis pelo desmatamento na Amazônia. “Não vamos tolerar que esta ONG minta sobre o que o setor produtivo está fazendo no Brasil”, diz Kátia.

ÁGUA

Recurso é objeto de estudo da Monsanto

Com o objetivo de ajudar os produtores rurais a gerenciar melhor o uso da água no campo, a Monsanto inaugurou um Centro de Aprendizagem do Uso da Água. A nova unidade de pesquisa fica em Gothenburg, no Estado americano de Nebraska. O investimento da ordem de US$ 6 milhões é proveniente da Genuity, uma das marcas da Monsanto nos EUA. O centro pretende gerenciar a aplicação dos recursos hídricos e chegar a novas soluções que conciliem sistemas de plantio, práticas agronômicas e plantas resistentes à seca.

MUNDO DOS RODEIOS

Morre touro Bandido

Ele tinha tratamento de celebridade, mas era apenas um touro. Estamos falando do touro Bandido, animal que ficou conhecido por mandar para o chão os melhores campeões de rodeio. Não à toa, seu dono, Paulo Emílio criou o “Desafio do Touro Bandido” para quem ficasse oito segundos em cima do animal. Sua fama se espalhou e ele foi parar na novela global América, em 2005. Mas no início do ano, a fera morreu em decorrência de um câncer de pele.

CAFEICULTURA

Crise é estrutural

Luiz Hafers, ex- presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e cafeicultor no Paraná, fala sobre o momento crítico pelo qual passa a cafeicultura.

DINHEIRO RURAL – Como o sr. explica a crise da cafeicultura?

LUIZ HAFERS – Estão tentando medidas utópicas para um problema estrutural. Há anos vendemos café por menos do que custa. Por falta de boas políticas, estamos vendendo café por preço inferior ao colombiano, o que é um despautério.

RURAL – A cotação não é a mesma?

HAFERSK – Sim, mas estamos passando por uma terrível fragilidade financeira. Os colombianos têm financiamento governamental. Ou pagam o que eles querem ou eles não vendem. A gente está em outra situação. Ou entregamos pelo preço que eles querem ou quebramos. Estamos vendendo a US$ 0,28 abaixo da cotação de Nova York e eles estão vendendo a US$ 0,50, US$ 0,60 acima.

RURAL – Qual seria a solução?

HAFERSK – Precisamos de suporte como o que foi dado ao setor automotivo e de construção. Estamos nas mãos de supostas regras de livre mercado, mas o livre mercado não é tão livre porque não temos direito a opinião. Temos que vender por precisão.

RURAL – Não seria o caso de voltar com a política de preço mínimo?

HAFERSK – Sem dúvida. Eu já fui contra, mas hoje sou a favor.

RURAL – E as cooperativas?

HAFERSK – Elas ficam brigando com o governo por financiamento para elas próprias e não por suporte de preço ao produtor. Mas elas respondem por 30% do mercado, 70% são os cafeicultores independentes.

RURAL – Mas a liderança…

HAFERSK – A liderança é de bravata e não de convencimento do governo.

RURAL – Não há o ris-co de os cafeicultores mudarem de atividade?

HAFERSK – Claro. Eu mesmo estou pensando em destinar 2/3 da área para plantio de eucalipto.