11/06/2015 - 11:15
Mesmo com os preços agrícolas em baixa para diversos produtos, em relação a 2014, a previsão do Ministério da Agricultura (Mapa), é de que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) alcance R$ 481,6 bilhões em 2015, maior nível desde 1990. Segundo as projeções, a pecuária deverá chegar a R$ 186,2 bilhões, um crescimento de 4,4%. Já as lavouras deverão ter uma leve queda de 2,3%, sobre o ano passado, fechando com R$ 295,3 bilhões.
MAIS CRÉDITO
Custeio aos produtores
A Caixa Econômica Federal está colocando à disposição dos agricultores R$ 2 bilhões, a juros de 6,5%, para custeio da safra 2015/2016. O valor é válido para todas as regiõesdo País.
CRESCIMENTO
Coopercitrus fatura alto e mantém caixa no azul
A Coopercitrus, que reúne produtores de laranja, com sede em Bebedouro (SP), apresentou os resultados de 2014. Mesmo diante de um cenário de desaceleração, a cooperativa atingiu faturamento de R$ 1,8 bilhão, um crescimento de R$ 200 milhões, em relação a 2013. As sobras líquidas foram na ordem de R$ 73 milhões.
FUSÃO
Mercado de fertilizantes
A Aminoagro, produtora de fertilizantes foliares, com sede em São Paulo, controlada pela gestora de fundos de private equity Aqua Capital, anunciou um acordo de fusão com a gaúcha Dimicron. A nova empresa nasce com faturamento superior a R$ 100 milhões, 300 funcionários e atuação em 18 Estados brasileiros.
SAFRA TURbINADA
BB libera crédito
O Banco do Brasil (BB) anunciou a liberação de R$ 7 bilhões para capitalização dos produtores rurais para a safra 2015/2016. O crédito atende especialmente os produtos contemplados pela Política Geral de Preços Mínimos – PGPM, pelo prazo de 120 dias. O objetivo é fazer com que os agricultores possam comercializar sua produção em melhores condições. Na safra deste ano, o BB já desembolsou R$ 53 bilhões.
MARGEM RECORDE
Fibria em crescimento
A Fibria, fabricante de celulose do grupo Votorantim, encerrou o primeiro trimestre de 2015, com um dos melhores resultados de sua história. O Ebitda ajustado chegou ao recorde de R$ 1 bilhão, com crescimento de 48%, na comparação com o mesmo período de 2014. A receita líquida da companhia atingiu R$ 1,9 bilhão, aumento de 22%.
PÉ NO FREIO
Lucro da DuPont cai
O lucro operacional do braço agrícola da multinacional americana DuPont, chegou a US$ 1,1 bilhão, no primeiro trimestre de 2015. O valor, que é 21% menor que o obtido no ano anterior, foi influenciado pelos impactos cambiais negativos, aliados à diminuição da demanda por inseticidas, principamente na América Latina.
Investimentos
GILBERTO TOMAZONI, CEO da JBS Foods“Além dos R$ 20 milhões injetados na ampliação do complexo de Lages, faremos uma série de investimentos em santa catarina. É uma das prioridades da JBS Foods neste ano.”
LAVOURA PROTEGIDA
Seguro rural é expandido
O governo do Paraná liberou a segunda parcela de 2015 do Programa de Subvenção Estadual do Prêmio de Seguro Rural. A estimativa é de que os recursos de R$ 5,3 milhões beneficiem cerca de 6,5 mil agricultores. Em fevereiro e março deste ano já foram aplicados R$ 2,3 milhões, que contemplaram a cobertura para as culturas do milho, feijão, além da pecuária.
Otimismo
ANDREW MURCHIE, diretor-presidente da Marfrig Beef Brasil. “Há um movimento de retomada gradual das margens, que já pode ser notado desde março, sustentado, pelo mercado externo. O momento delicado do primeiro bimestre do ano está passando e já vemos um cenário mais competitivo”
RECUO
Yara desacelera
O lucro líquido da Yara, fabricante norueguesa de fertilizantes foi de US$ 93,2 milhões, no primeiro trimestre deste ano. O valor, que representa queda de 59%, foi influenciado principalmentepela valorização do dólar.
AGRICULTURA FAMILIAR
Incentivo ao setor
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, pediu à presidenta Dilma Rousseff que o governo repasse R$ 53 bilhões para a agricultura familiar neste ano. Sendo R$ 30 bilhões para custeio e investimento e R$ 23 bilhões para programas ligados ao setor.
Comentário do mês
O mercado de milho chegou ao fim do mês de abril com um cenário bem distinto do registrado em março. Diferente das valorizações observadas no primeiro trimestre, o mercado agora é pressionado por uma série de fatores. Entre eles, se destacam o clima favorável ao desenvolvimento da safrinha, a retomada da colheita de milho verão (com a finalização dos trabalhos envolvendo a soja), o início do plantio da safra norte-americana de milho e o câmbio mais acomodado. Por outro lado, às chuvas registradas no mês passado, surpreenderam no Centro-Sul e criaram uma expectativa de grande produção. Isso levou os agricultores a elevar o ritmo de venda da safra verão e a estabelecer uma maior tentativa de negócios para o cereal da segunda safra. O Paraguai também começa a ofertar milho para a região Sul, a preços considerados baixos, o que vai interferir diretamente nas cotações internas, nos próximos meses.
Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado