10/12/2015 - 12:01
WAGYU
Em busca de nome próprio
A Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Wagyu firmou a parceria com a certificadora TÜV Rheinland Brasil para a elaboração de um protocolo oficial para a carne do gado dessa raça. Assim, o nome Wagyu poderá ser utilizado na rotulagem de carne, seguindo as normas do ministério da Agricultura. De origem japonesa, a raça está no Brasil desde 1995. A intenção é corrigir a identificação dada atualmente ao produto, que é conhecido como Kobe Beef, marca registrada da Associação de Marketing e Promoção da Distribuição do Kobe Beef do Japão.
GENÉTICA
Mais frangos no mercado
Com um investimento de US$ 15 milhões, a americana Cobb-Vantress, especialista em fornecimento de genética de frangos de corte, concluiu em outubro o projeto de ampliação e reforma de suas seis granjas espalhadas pelos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Iniciado há dois anos, o projeto deverá aumentar a capacidade de produção anual de 42 milhões de ovos para 52 milhões, o que representa um crescimento de 24%.
TRIGO
De casa nova
Como estratégia para ampliar a oferta de soluções para o campo, a Biotrigo Genética inaugurou, no mês passado, uma nova unidade de produção, pesquisa de sementes e biotecnologias para o trigo, em Passo Fundo (RS). O investimento na nova unidade, de 14 hectares e seis mil metros quadrados de área construída, foi de R$ 20 milhões. Atualmente, a empresa detém um portifólio de 14 variedades.
CARNE
Marca que vale ouro
A Friboi, do grupo JBS, estreou no ranking das marcas mais valiosas do País. No relatório anual BrandZ, divulgado no mês passado, o nome Friboi aparece como a marca de carne mais lembrada pelos consumidores. A pesquisa é elaborada pela americana Millward Brown, do grupo de mídia WPP.
CAFÉ
Lavoura em 3D
A Nescafé, marca da suíça Nestlé, lançou em parceria com o Google o aplicativo Nescafé 360º, para celulares com os sistemas Android ou IOS. Depois de baixar o aplicativo, basta acoplar um visualizador no celular para ter a sensação de estar no meio da lavoura de café. Essa experiência de realidade virtual faz parte do Nescafé Plan, um programa de gestão que auxilia os produtores a fornecer o grão dentro de padrões de sustentabilidade e qualidade. Criada em 2011, a iniciativa alcança 702 produtores, em 19 municípios do Estado do Espírito Santo.
BIOTECNOLOGIA
Fora da cana
A Monsanto anunciou a sua saída do mercado de cana-de-açúcar, no qual operava com a marca CanaVialis.O encerramento dessa unidade de negócios foi atribuído à decisão de focar seus planos em sementes, proteção de cultivos, biológicos e agricultura digital. Os investimentos nestas áreas no Brasil devem somar US$ 150 milhões em 2015. Segundo a multinacional, as tecnologias já desenvolvidas serão oferecidas a entidades públicas de pesquisa.
FRUTICULTURA
Com apoio da lei
Uma carta de intenções assinada pelo vice-governador de Goiás, José Eliton Júnior (DEM-GO), prevê a criação do Plano Estadual de Desenvolvimento para a Área de Fruticultura e a regulamentação da Lei 17.041/10, que cria uma política estadual de incentivo ao setor. A iniciativa aconteceu durante a primeira edição do Encontro Goiano de Fruticultura, realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) no início de outubro, em Goiânia.
CELULOSE
Potencial de gigante
O braço de produção de celulose da holding J&F, a Eldorado Brasil atingiu a marca de produção de quatro milhões de toneladas de celulose, no mês passado. Com uma fábrica inaugurada no final de 2012, em Três Lagoas (MS), a empresa produziu 1,7 milhão de toneladas, por ano, 13,3% acima da capacidade da fábrica, que é de 1,5 milhão. Agora a companhia quer adicionar mais dois milhões de toneladas até 2018, quando deve ser concluído o plano de investimento de R$ 8 bilhões, dando origem ao maior complexo industrial do setor.
EXPORTAÇÕES
Frango para a Malásia
Depois de suspensos, quatro novos frigoríficos brasileiros foram habilitados, em outubro, a exportar carne de frango para a Malásia. Com a medida, a Associação Brasileira de Proteína Animal espera que o País exporte 15 mil toneladas anuais.As vendas podem aumentar a balança comercial em US$ 35 milhões.
TECNOLOGIA
Investimento em pesquisa
O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) inaugurou, no mês passado, o novo complexo de laboratórios de biotecnologia, em sua sede em Piracicaba (SP). A solenidade contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, os ministros Kátia Abreu (Agricultura), Eduardo Braga (Ciência e Tecnologia) e do governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Com investimentos de R$ 40 milhões, as instalações serão responsáveis por projetos de melhoramento genético, marcadores moleculares para a cana, desenvolvimento de sementes artificiais.
MIÚDOS
Demanda russa
O Brasil pode retomar os embarques de tripas para a Rússia. O ministério da Agricultura e o Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia assinaram, no mês passado, um protocolo que habilita de 74 unidades de produção. Desde 2014, o País estava impedido de vender seus subprodutos de carne devido a novos requisitos técnicos russos.
INTERNACIONAL
A aliança cresce
O Brasil é o mais novo membro da Aliança das Cinco Nações da Carne (FNBA, na sigla em inglês). A instituição reúne integrantes dos Estados Unidos, da Austrália, do México, do Canadá e da Nova Zelândia. O anúncio foi feito, no mês passado, durante a Conferência anual da FNBA, em Mazatlán, no México. O Paraguai também passa a fazer parte do grupo.
FRIGORÍFICO
Modernidade em abate
A Castrolanda, a Frísia e a Capal, as três maiores cooperativas da região dos Campos Gerais, no Paraná, uniram suas forças para criar um dos mais modernos frigoríficos de suínos da América Latina, a Unidade Industrial de Carnes (UIC). A unidade que está em funcionamento desde janeiro deste ano, foi inaugurada oficialmente no mês passado e produz a marca Alegra Foods. Dos investimentos de R$ 250 milhões, 55% foram da Castrolanda, 25% da Frísia e 20% da Capal. Até 2019 e com mais R$ 40 milhões aportados no projeto, a unidade irá dobrar a produção, dos atuais 2,3 mil suínos por dia para 4,6 mil.
FINANÇAS
Crédito para a cana
No mês passado, a Raízen, do Grupo Cosan, firmou um convênio de R$ 150 milhões com o Itaú BBA. O objetivo é proporcionar acesso a linhas de financiamento mais vantajosas a 286 fornecedores de cana-de-açúcar participantes do Programa Cultivar, criado em 2013 pela companhia. O convênio oferece crédito de até R$ 2,2 milhões com juros de 8,75% ao ano.
SUSTENTABILIDADE
Carbono monitorado
Foi instituída pelo ministério da Agricultura, no final de outubro, a Comissão Executiva Nacional do Plano Setorial para Consolidação da Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura. O grupo, de caráter técnico-consultivo para monitorar os planos federais e estaduais de apoio à agricultura de baixa emissão de carbono, é composto por 23 órgãos e entidades, entre elas os ministérios do Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente, a Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão, o Banco do Brasil, o BNDES e a Embrapa.
A caminho da liderança
O diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal, Eduardo Daher, ficou animado com as projeções futuras para setor nos próximos quatro anos. De acordo com a pesquisa da consultoria alemã Kleffmann, divulgada em outubro, as vendas de defensivos agrícolas crescerão cerca de 6% ao ano até 2019, no País, ante uma tendência de 3% no mundo. Os agroquímicos, que movimentaram US$ 60,5 bilhões em 2014, sendo US$ 9,7 bilhões no Brasil, podem chegar a US$ 67,8 bilhões no mundo e a US$ 12 bilhões no Brasil.
EDUARDO DAHER,diretor executivo da Associação Nacional da Defesa Vegetal (Andef)
Em que bases o setor crescerá?
Pelo estudo, o crescimento de demanda na indústria química tem como base o aumento do volume de pragas, doenças e plantas daninhas.
O que essa projeção significa?
Isso sinaliza que o Brasil está prestes a ser o grande produtor de alimentos do mundo. Ainda perdemos para os Estados Unidos, mas isso deve mudar, pois temos a tecnologia embarcada em sementes e em manejo de lavoura, além da fazermos duas safras por ano.
A pesquisa já reflete um cenário de crescimento para 2015?
Não. Por enquanto estamos vivendo um momento diferente. Acredito que o desempenho da indústria para este ano será igual ao de 2014.
O que mais tem prejudicado o setor?
A morosidade do mercado na programação das compras de defensivos. No longo prazo, isso pode ser perigoso, pois gera o conceito de volatilidade, fazendo com que a indústria não consiga se preparar para a demanda.