03/08/2016 - 11:44
Ovinos
Mais uva, menos metano
A vinícola Guatambu, em Dom Pedrito (RS), do criador Valter Pötter, foi o campo de testes para uma pesquisa realizada pelo departamento de biologia da Universidade Federal de Pelotas, apresentada no mês passado. Ao longo de 2015, 40 ovinos foram alimentados com ração à base de sementes de uva e cascas da fruta, resíduos da produção de vinhos. A pesquisa mostrou que, além de uma fonte de alimento barata, a dieta levou à redução das emissões de metano.
Pesquisa
Liminar impede venda de fazendas
O Tribunal de Justiça de São Paulo jogou um balde de água fria nos planos do governo do Estado de vender 13 fazendas destinadas à pesquisa científica agropecuária paulistas. Uma liminar interrompeu o processo de análise da alienação das unidades, avaliadas em R$ 1,2 bilhão. Elas integram um plano que prevê a alienação de 79 imóveis com valor estimado em R$ 1,4 bilhão. A necessidade de recursos extras diante da crise econômica é a justificativa do Estado para a negociação.
Agroindústrias
Frigoríficos unidos
Quinze pequenos frigoríficos de suínos do oeste catarinense, que faturam cerca de R$ 50 milhões por ano, se uniram para criar a Associação de Agroindústrias Alimentícias de Santa Catarina (Asaasc). Com sede no município de Concórdia, o grupo começou a operar oficialmente em julho e centralizou os pedidos de compras de insumos dos associados. Desde 2014, quando as compras passaram a ser feitas em um modelo piloto, a economia chegou a 50%. A partir de janeiro, a entidade deve colocar no mercado a marca Saborense, para a venda de produtos típicos das culturas italiana e alemã, como o salame e a copa, elaborados pelos frigoríficos.
Mercado externo
Investir para crescer
Um acordo fechado em junho, entre o Ministério da Agricultura e a Agência de Promoção de Exportações do Brasil, prevê o aporte de R$ 12 milhões destinados à promoção comercial do País nos próximos dois anos. O objetivo é exportar US$ 117 bilhões até 2018, o que coloca o Brasil como dono de 10% do mercado mundial de alimentos e de produtos agropecuários. Em 2015, o País exportou US$ 82,63 bilhões, o equivalente a 7,04% do mercado mundial. Segundo o secretário substituto de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura (Mapa), Odilson Luiz Ribeiro e Silva, as ações incluem eventos de promoção comercial e de imagem e a atração de investimentos. Elas contemplam todos os produtos brasileiros do setor.
Carne bovina
Indonésia na parede
Há sete anos, o Brasil tenta, sem sucesso, vender carne bovina para a Indonésia, o que poderia acrescentar 30 mil toneladas aos embarques brasileiros, que foram de 609,7 mil toneladas de janeiro a maio. Mas esse cenário pode mudar. Em junho, após uma reunião na sede da Organização Mundial do Comércio, em Genebra, para questionar as regras sanitárias daquele país, o governo local sinalizou que deve flexibilizar as normas. “Ainda não se trata de pleno acesso ao mercado, mas já é um avanço”, afirma o diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio.
Webgados
Clique no boi e leve para a fazenda
Um aplicativo que permite a compra e a venda de bovinos foi apresentado durante a Intercorte, em São Paulo, no mês passado. Batizado de WebGados, a iniciativa tem por trás Marcos Fernando Marçal dos Santos, filho do empresário Marcos Molina, controlador da Marfrig Global Foods. O ator Tarcísio Meira, que também é pecuarista, aceitou ser o garoto propaganda do aplicativo, que cobra R$ 3 por animal anunciado.
Rally
Reportagem premiada
Com a matéria “Rally da Carne”, edição 136, de maio, o repórter Fábio Moitinho, da DINHEIRO RURAL, ganhou o prêmio de melhor reportagem do Rally da Pecuária, promovido pela Agroconsult, de Florianópolis (SC) e que percorreu 11 Estados do País de abril a junho. Foi a primeira vez que a consultoria concedeu a premiação à imprensa. A cerimônia de entrega foi no dia 30 de junho, no auditório da Fiesp, na capital paulista.
Genética
Tecnologia turbinada
A febre dos aplicativos e softwares para o agronegócio não para de ganhar adeptos e investidores.Um exemplo é a Strider, empresa responsável pelo software para o controle fitossanitário e monitoramento de pragas nas lavouras, que ganhou uma chancela de peso em junho. O produto foi aprovada pela Texas AgriLife, associação equivalente à Embrapa nos Estados Unidos, como ferramenta oficial da safra 2016 para o Estado do Texas. Até o final do ano, a empresa pretende atingir 80 mil hectares em solo norte-americano. Outras duas empresas do agronegócio receberam apoio para prosperar. O Fundo Inovação Paulista, criado pela Agência de Desenvolvimento Paulista para investir em startups de base tecnológica, destinará R$ 2,5 milhões à Agronow, responsável por sistema de mapeamento e projeção da produtividade agrícola. Já a Agrosmart recebeu R$ 4 milhões. A empresa criou uma plataforma que permite a economia de até 60% no uso de água e energia na irrigação.
Biosev
Foco no Nordeste
O Nordeste está na mira da Biosev. Com duas unidades na região, a companhia buscou a Rede Inter-universitária para o Desenvol-vimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) para o desenvolvimento de novas variedades de cana adaptadas ao solo da região. A empresa cedeu dois hectares na área da usina de Estivas, no municípiode Arez, no Rio Grande do Norte, onde serão cultivadas 25 variedades híbridas.
Exportação
Nação do café
A Associação Brasileira de Cafés Especiais e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) renovaram no mês passado, por mais dois anos, a parceria “Brazil: The Coffee Nation”. Desde 2008, ela serve para promover no exterior os cafés crus, torrados e moídos produzidos no País. O projeto atende 148 empresas e conta com um orçamento de R$ 7,9 milhões até 2018, sendo R$ 5,5 milhões dos recursos destinados pela Apex-Brasil e R$ 2,4 milhões de contrapartida da BSCA e Associados.
CAR
Mais prazo
Os produtores ganharam mais prazo para se inscrever no Cadastro Ambiental Rural (CAR). A lei 13.295, sancionada pelo presidente Michel Temer, ampliou o limite de maio deste ano para 31 de dezembro de 2017. Assim, a exigência do CAR para o acesso ao crédito oficial passa a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2018. Do total de 5,2 milhões de propriedades rurais no País, 3,2 milhões já estão registradas Entre os dois milhões de atrasados, os pequenos e médios produtores são maioria.
A hora do milho
Nos últimos anos, com a cultura do milho deixando de ser uma commodity com foco no consumo interno e passando a ser um ótimo ativo de exportação, o mercado do grão vem andando na corda bamba: uma hora falta e os preços explodem, na outra sobra e os preços despencam. Nesta safra, a escassez tem ditado a regra do jogo. O diretor geral da Anec, Sérgio Mendes, falar sobre a produção atual e a expectativas até 2025.
Sérgio Castanho Teixeira Mendes Diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Grãos (ANEC)
O que esperar da exportação neste ano?
Tivemos quebra de safra de milho e por isso é possível que os embarques não atinjam nem mesmo os 23 milhões de toneladas esperados. Em 2015, o Brasil exportou 30,7 milhões de toneladas.
Qual a perspectiva para o preço do grão?
Os valores estão em um patamar muito bom, de R$ 400 a tonelada, e acredito que possam até subir. Porque os demais grandes produtores não têm muita escolha. No caso da Argentina, se houver espaço, a opção dos agricultores deve ser plantar trigo e não milho. Nos Estados Unidos, se quiserem produzir mais soja terão de reduzir a área de milho, só que os americanos precisam do milho para o etanol.
Como o sr. avalia o mercado dos próximos anos?
Até 2025, a produção de milho pode alcançar 120 milhões de toneladas no País. Mas temos condições até de superar essa estimativa. Isso porque, aqui, os produtores são descomplicados, objetivos, eficientes e ousados. Onde for possível, eles irão produzir. Desse total estimado, o Brasil deve exportar 50 milhões de toneladas.
Soja
Projeções revisadas
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) reduziu a estimativa para a produção de soja no país na safra 2015/2016 para 97,3 milhões de toneladas de grãos. Isso representa uma queda de 600 mil toneladas em relação à projeção inicial, mas ainda é 0,3% superior ao desempenho da safra 2014/2015.
Justiça
A recuperação do grupo Pinesso
Os credores do Grupo Pinesso, importante produtor de soja, algodão, milho e sorgo, com presença no Centro- Oeste, aprovaram o novo plano de recuperação judicial na empresa, apresentado em junho.
A companhia deve R$ 610,8 milhões. Os credores trabalhistas receberão todos os pagamentos em até um ano. Já as micro e pequenas empresas devem receber o valor devido em dois anos.O plano prevê que os demais credores recebam em 12 anos.
JBS
O abate continua
O JBS, maior frigorífico brasileiro, adiou o encerramento das atividades na unidade de abate de bovinos de Presidente Epitácio, no interior de São Paulo. A decisão atende a um pedido do governo do Estado, já que 800 pessoas seriam demitidas se a indústria fechasse as portas. Em contrapartida, o JBS pediu ao governo alternativas ao decreto 61.901, publicado em abril, que determina que 50% do crédito acumulado de ICMS pelos frigoríficos deve ser utilizado para quitar dívidas com o Estado.
Transporte
Carga pesada
O Ministério do Trabalho quer reforçar a fiscalização da jornada de trabalho dos motoristas de transporte de cargas. A Lei dos Caminhoneiros, de 2015, estabelece 12 horas por dia, sendo duas extras e duas definidas em acordo coletivo. Em muitos casos os motoristas ultrapassam 16 horas, informa a Confederação Nacional do Trabalho.
Laticínios
Mais Vigor no RJ
A Vigor, que pertence a holding J&F, inaugurou uma nova unidade de produção em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. Com investimento de R$ 130 milhões, a fábrica ocupa uma área de 400 mil metros quadrados, sendo 17 mil metros quadrados de área construída, e tem capacidade de captação de leite de 1 milhão de litros/dia. A empresa já conta com 15 fábricas e 18 centros de distribuição e encerrou o 1º trimestre de 2016 com receita líquida de R$569,9 milhões, crescimento de 16,9% sobre o 1º trimestre de 2015.