20/03/2015 - 12:09
A entidade, que reúne as associações de laboratórios nacionais da Argentina e de seis países da América Central (Panamá, Nicarágua, Guatemala, Honduras, República Dominicana e El Salvador), tem como uma de suas principais bandeiras o combate à pirataria, contrabando e falsificações de produtos veterinários, tema de sua última assembléia realizada em Quito, no Equador.
De acordo com a instituição, a fiscalização sobre o mercado de produtos veterinários piratas é insuficiente e, aliada a uma punição frágil, não consegue inibir novos casos de pirataria. O tamanho da fronteira terrestre brasileira, que é muito extensa, também dificulta o controle sobre a entrada de mercadorias falsificadas no país. Além disso, normalmente a fabricação desses itens é pulverizada em muitos locais, tornando mais complexo o policiamento. E, finalmente, destaca-se a grande quantidade de produtos piratas vendidos pela internet, cuja inspeção é ainda mais difícil.
Uma das consequências disso é o risco à saúde das pessoas que consomem produtos derivados de animais tratados com produtos piratas, muitas vezes produzidos em condições inadequadas, sem obedecer às regras necessárias de comprovação de eficácia e segurança de um produto de qualidade. Também há o impacto nas empresas que operam legalmente, pois as mercadorias falsificadas são vendidas a preços muito menores do que as legalizadas, caracterizando uma concorrência desleal ao mercado formal. Sem contar as sequelas sobre o mercado global, uma vez que os produtos piratas muitas vezes deixam resíduos acima dos limites permitidos nos produtos cárneos, causando o bloqueio das exportações brasileiras aos principais mercados mundiais.
Javier Carracedo, presidente da FLAIVET, analisa que “a indústria veterinária nacional é estratégica para o Brasil, hoje o maior exportador de proteína animal no mundo – mercado que faturou R$ 1,5 bilhão em 2014, frente a R$ 1,3 bilhão em 2013 e tem crescido a taxas de 12% na quantidade em toneladas e 7% no faturamento. O tamanho do país permite rebanhos em grande escala e, por isso, espera-se uma fiscalização eficiente que combata a pirataria para inibir a concorrência desleal dos produtos piratas às empresas idôneas, além de trazer grandes riscos à saúde humana”.
Segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em 2014, nosso país foi responsável por cerca de 16,7% da carne bovina produzida no mundo, atrás apenas dos EUA, com 18,7%. Não há dados completos sobre a América Latina, mas considerando apenas os principais produtores (Brasil, México, Argentina e Uruguai), o Brasil responde por 66% (um terço) da produção desses quatro países. Também somos o maior exportador mundial deste alimento, responsável por quase 21% das exportações mundiais, seguido pela Índia (19%) e Austrália (18%). Os outros principais exportadores da América Latina são o Uruguai (4% da exportação mundial) e Argentina (2%). Fonte: Ascom