19/01/2021 - 13:00
O lote inicial de 6 milhões de doses da Coronavac que começou a ser distribuído nesta segunda-feira, 18, será suficiente para a vacinação de só 0,5% dos idosos brasileiros e 34% dos profissionais de saúde do País, como mostra uma planilha do Ministério da Saúde com a divisão dos imunizantes por Estado e grupo prioritário, revela o Estadão. Não há previsão de data para o recebimento de mais doses.
Embora todos os idosos e trabalhadores da saúde do País sejam considerados população-alvo da imunização nas duas primeiras fases da campanha, o número limitado de doses disponíveis obrigou o ministério a priorizar indivíduos com mais risco. A pasta optou por priorizar idosos que vivem em instituições de longa permanência, grupo estimado em 156,8 mil pessoas – 0,5% dos cerca de 29 milhões de idosos brasileiros, segundo estimativa do próprio ministério na versão do plano de imunização apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Já no caso dos profissionais de saúde, serão priorizados trabalhadores da linha de frente de combate à covid-19, em hospitais e postos de saúde. Também serão vacinados funcionários das instituições de longa permanência de idosos e servidores que farão a vacinação, conforme informe técnico concluído ontem pelo ministério e obtido pelo Estadão.
Segundo o documento, a recomendação é sobre a seguinte ordem para a vacinação dos trabalhadores de saúde, conforme a realidade local: equipes de vacinação inicialmente envolvidas na vacinação; trabalhadores das instituições de longa permanência de idosos e de residências inclusivas (acolhimento para jovens e adultos com deficiência); trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados de urgência e da atenção básica no combate à covid e os demais trabalhadores de saúde. Os três primeiros grupos somam pouco mais de 2,2 milhões – 34% dos mais de 5 milhões de profissionais da saúde do País, estima o ministério.
Além dos 156,8 mil idosos institucionalizados e 2,2 milhões de profissionais de saúde, serão vacinados com esse lote 431,9 mil indígenas e 6,4 mil pessoas com deficiência em instituições de longa permanência.
Outra restrição é a necessidade de reserva da 2.º dose para os imunizados e as perdas técnicas de doses, estimadas em 5% a 10%. O 1.º lote imunizará cerca de 2,8 milhões de brasileiros. Essa divisão foi proposta pelo ministério, mas os Estados têm autonomia para definir estratégias, contanto que sigam as diretrizes federais sobre os grupos prioritários. Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Carlos Lula estima que o 1.º lote seja esgotado em uma semana e diz não haver garantias de que, ao término dos 6 milhões de doses, o País já tenha recebido nova remessa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.