Representantes de governo e da sociedade civil do Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Venezuela, Chile, Bolívia e Equador participaram ontem, quinta-feira (26), do encerramento da etapa presencial do ‘Curso de Formação Direitos das Agricultoras e dos Agricultores sobre Recurso Genético da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf)’.  No evento, representantes dos países compartilharam as fragilidades e convergências em relação ao tema do curso.

“Entre os pontos comuns, de convergência para a discussão, estão à privatização do setor de sementes e falta de controle público nesse setor, a falta de tecnologias adaptadas à agricultura familiar e a questão dos transgênicos”, observa a consultora de Meio Ambiente da Assessoria Internacional do MDA, Carolina Rizzi Starr.

Por outro lado, houve um destaque para as experiências exitosas como os bancos de sementes apresentados pelas organizações sociais do Brasil, que podem ser replicados em outros países. “São experiências que, por meio de troca de experiências de agricultor-a-agricultor podem fortalecer a discussão em todos os países da Reaf”, pontua Starr.

A oficina durou três dias e faz parte das atividades do Grupo de Trabalho (GT) de Adaptação as Mudanças Climáticas e Gestão de Risco da Reaf. O objetivo da capacitação, que resultou em nove semanas virtuais e a oficina o encontro em Brasília (DF), é propor aos países latino-americanos uma agenda de ações dentro da discussão de recursos genéticos.

“É a primeira vez que conseguimos fazer o debate sobre sementes e direitos dos agricultores na Reaf. Ele nos permitiu capacitar os países sobre diversos temas como agrobiodiversidade e o papel da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)”, completou a consultora do MDA.

Reaf

A Reaf foi criada em 2004, por sugestão do governo brasileiro, como órgão assessor do Mercosul para temas relacionados à agricultura familiar. Seu método de funcionamento está baseado na participação de governos e sociedade civil, que tem direito à voz em todas as instâncias de trabalho da Reunião.

Atualmente, o Brasil ocupa a Presidência Pro Tempore do Mercado Comum do Sul. O próximo país a liderar o grupo será o Paraguai.

O objetivo é implementar uma política regional voltada ao fortalecimento da agricultura familiar no âmbito do Mercosul. A iniciativa propõe também contribuir com a integração social, econômica e comercial do Mercado Comum, por meio da diminuição das desigualdades no campo e consolidação de programas governamentais para o setor. Fonte: Ascom.