16/07/2015 - 12:26
O estoque mundial de açúcar está acima do desejado e os países produtores enfrentam queda de preços internacionais. O Brasil, maior exportador com 46% de participação, também não encontrou fórmula para sustentar as vendas em patamares razoáveis. Por outro lado, o etanol caminha rumo à recuperação. A demanda interna de álcool hidratado vem subindo, mas o setor ainda precisa de regras claras para voltar a investir.
O momento econômico do setor sucroenergético dominou as discussões no primeiro dia do VII Simpósio de Tecnologia de Produção de Cana-de-Açúcar, iniciativa do GAPE/FEALQ, que começou hoje e vai até o dia 17 de julho, no auditório da Unimep, em Piracicaba (SP). Mais de 600 empresários, técnicos e demais profissionais do setor participam do evento.
“Devido à depressão dos preços do açúcar, o etanol deve ser o principal condutor na retomada da atividade”, confirmou Alexandre Enrico S. Figliolino, Diretor de Agronegócios do Itaú BBA, que abriu o ciclo de palestras do dia. Segundo Figliolino, é preciso de alguma forma conseguir melhorar o nível de rentabilidade para o fortalecimento das usinas: “Existe demanda, mas em relação a preços está longe de proporcionar o equilíbrio necessário. Os níveis de produção estão próximos aos do ano passado, mas com maiores custos para as usinas”, ressaltou. “Nesse cenário, o investimento praticamente inexiste”.
Ainda segundo Figliolino, o caminho para a expansão deve partir de políticas de governo que auxiliem a recuperação, e também do setor privado, com investimento contínuo em novas tecnologias.
Plínio M. Nastari, diretor-presidente da consultoria DATAGO, apontou ações contornar as adversidades do momento. Para ele, é preciso continuar investindo na implantação de variedades mais produtivas, reduzindo riscos no perfil varietal; o aproveitamento do bagaço e palha para geração elétrica; incentivos para aumento da eficiência do uso do etanol em veículos, assim como buscar o mix de produção mais lucrativo para cada unidade produtora com atenção e acompanhamento do mercado.
Nastari ainda destacou que é preciso concentrar esforços para reduzir custos e melhorar performance operacional e que “as usinas devem aplicar todo o resultado na redução do endividamento”.
Assim como Figliolino, Nastari destaca o etanol como principal esperança para a retomada. “A demanda de etanol está em crescimento novamente e, em função dos preços baixos de açúcar, se torna uma alternativa mais interessante”, afirmou. Fonte: Ascom.