27/01/2021 - 15:33
A gestão Bruno Covas (PSDB) definiu que vai usar as vacinas contra covid-19 já disponíveis para aplicar a primeira dose em grupos prioritários, sem reservar metade do lote para a segunda dose necessária. A medida consta de instrução de prioridades para imunização na capital paulista, divulgado na terça-feira, 26, pela Secretaria Municipal de Saúde.
A campanha de vacinação na cidade de São Paulo começou no dia 19, após o recebimentos de 203 mil doses da Coronavac, desenvolvida em parceria entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan. Nesta semana, a capital recebeu mais 165,3 mil doses da vacina da Universidade de Oxford e AstraZeneca.
Para a segunda remessa, o documento mais recente da pasta indica quais grupos devem iniciar a vacinação – lista que inclui, entre outros, todos os funcionários de hospitais públicos e privados exclusivos para covid e trabalhadores de unidades de pronto-atendimento (UPA) e pronto-socorro (PS). “As vacinas recebidas devem ser utilizadas na sua totalidade na primeira dose”, afirma a instrução.
O documento ressalta, ainda, que “a segunda dose deve seguir a correspondência do mesmo imunobiológico recebido na primeira dose, com o intervalo recomendado pelos laboratórios”. Segundo a normativa, o intervalo para a Coronavac é de duas a quatro semanas, enquanto para a vacina de Oxford é de quatro a 12 semanas.
Nesta quarta-feira, 27, a gestão João Doria (PSDB) anunciou que enviará consulta ao Ministério da Saúde, sobre a possibilidade de postergar a aplicação da vacina Coronavac para um intervalo superior a 28 dias, como estava estabelecido até agora. Defendida pelos cientistas do governo do Estado de São Paulo, a medida serviria para ampliar a base de profissionais da saúde a receber a primeira dose do imunizante.
“O quantitativo destinado à segunda dose será recebido do Programa Estadual de Imunização”, informa o documento municipal. Na instrução normativa anterior, atualizada no dia 21, a gestão Covas informava expectativa de receber mais 203 mil doses de Coronavac para segunda dose “no prazo de 15 dias”.
Na primeira remessa, a capital priorizou profissionais da linha de frente do combate contra o novo coronavírus, como médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. Também foram destinadas doses a indígenas e idosos em instituições de longa permanência.
Em nota publicada no site institucional, a Secretaria Municipal de Saúde diz ter “plano de vacinação estruturado” e que poderia imunizar “até 600 mil pessoas ao dia”. “O município vai mobilizar 27 mil agentes para a aplicação das doses, sendo 15 mil enfermeiros e 12 mil funcionários de apoio”, descreve. “Quinze milhões de seringas, 14 milhões de agulhas e os demais insumos necessários já foram adquiridos pela Secretaria Municipal da Saúde.”
Também afirma que São Paulo terá três mil pontos de vacinação – sendo mil postos fixos e dois mil “postos satélites”, que incluem praças, shoppings e até igrejas.
“A vacina é a única forma capaz de combater a ação do vírus, minimizar casos graves da doença e impedir mortes”, diz a pasta. “Mesmo assim, se faz necessário o uso contínuo e correto das máscaras de proteção, a higienização constante das mãos e as medidas de distanciamento. Evitar aglomerações diminui consideravelmente a circulação do vírus e a infecção das pessoas.”