O Estado de Santa Catarina deve importar 3,5 milhões de toneladas de milho até o fim de 2015 para abastecer apenas a cadeia produtiva de aves e suínos. Segundo a Organização das Cooperativas do Estado (OCESC), o aumento da produção de milho no Estado deve ser prioridade entre produtores, agroindústrias e governo para potencializar o setor agropecuário catarinense.

Para o presidente da OCESC, Marcos Antônio Zordan, o excesso de milho importado também coloca em alerta o sistema logístico no Estado. ”Isso representa um custo financeiro, operacional e ambiental insustentável porque exige mais de 60 mil viagens por ano”, adverte.

Apenas as agroindústrias catarinenses consomem mais de 3 milhões toneladas/ano de milho. Desse total, mais de 50% resultam da importação do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraguai. Zordan avalia que insuficiência de milho é uma das razões da perda de competitividade das indústrias de processamento de carnes e, em especial, da avicultura industrial catarinense.

O Estado do Sul do Brasil é o oitavo maior produtor do grão no país. No entanto, a área destinada para cultivo do milho vem diminuindo ano após ano. Em 2008 foram cultivados 649 mil hectares e, em 2014, pouco mais de 400 mil hectares. Desses, 100 mil destinam-se à silagem. Parte dos produtores também migrou do milho para soja em função do retorno financeiro.

De maior produtor e exportador brasileiro de carne de aves, Santa Catarina ocupa, hoje, a 2ª posição em termos de comércio exterior, com 33,6% dos volumes e 37,5% das receitas advindas das vendas externas. A liderança pertence, agora, ao Paraná.

SOLUÇÕES       
Marcos Zordan enfatiza que é necessário melhorar as condições de armazenagem para reter o milho em território barriga-verde. Santa Catarina produz 6,5 milhões de toneladas de grãos por ano, incluídas as safras de milho, soja, arroz, trigo e feijão. A capacidade estática total de armazenagem é de 4,2 milhões de toneladas, o que significa que 30% da produção não tem estocagem. Outra iniciativa é aumentar a produtividade por meio de sementes de alta tecnologia e remodelar a malha rodoviária para aumentar a competitividade do Estado no setor primário, concluiu Zordan. Fonte: Agrolink