18/11/2015 - 12:12
Um grupo de técnicos brasileiros da ABS Pecplan esteve na última semana nos Estados Unidos para participar do Congresso Anual do DCRC (Dairy Cattle Reproduction Council – Conselho De Reprodução de Gado Leiteiro). O evento aconteceu em Nova Iorque e debateu assuntos atuais relacionados a reprodução em rebanhos de leite.
“Vimos muitas novidades quanto a protocolos e programas de avaliação reprodutiva. E o mais interessante foi constatar que os índices mais atuais e importantes são justamente os índices que já calculamos com o ABS Monitor e nossas outras ferramentas técnicas”, comemora o gerente de Ferramentas de Serviços Técnicos Genus ABS, Hélio Vaz Rezende.
Ainda de acordo com o gerente, foi possível observar o quanto tem sido dada importância ao período de transição das vacas leiteiras. “Afinal, é isso que assegura que a vaca vai começar bem a sua lactação e seu ciclo reprodutivo”, destaca, lembrando que a ABS também tem trabalhado neste sentido e lançou este ano o TransitionRight, a ferramenta para a escolha da genética para períodos de transição mais saudáveis.
A programação do evento foi dividida em dois dias. Entre as novas pesquisas desenvolvidas sobre o assunto e apresentadas no congresso, uma é assinada pelo técnico da ABS Lucas Rocha. “Eu fiquei muito contente com essa oportunidade e com o convite para a apresentação, porque mostra que conseguimos um resultado relevante”, avalia o técnico da ABS, contando que o estudo que também já tinha sido apresentado na ADSA (American Dairy Science Association).
O estudo. O trabalho de Lucas Rocha foi realizado com a orientação do professor Luis Mendonça (responsável pela apresentação), como projeto de extensão pela Universidade do Kansas. O objetivo da pesquisa foi encontrar uma ferramenta que melhorasse a taxa de concepção das vacas leiteiras ressincronizadas (foram inseminadas e não retornaram ao cio, porém estavam vazias no diagnóstico de gestação). Isso ocorre com maior frequência no verão, um dos principais problemas enfrentados pelos pecuaristas americanos. “Os partos se acumulam, levando a superlotação dos piquetes pré e pós-parto que aumenta as chances das chamadas doenças do período de transição”, comenta o pesquisador.
Para a realização do estudo, Lucas Rocha contou com a parceria da ABS Global, cujos técnicos, durante nove meses, ajudaram na coleta de dados em três fazendas. “Fizemos um protocolo para a identificação dos animais com dificuldade para emprenhar e em seguida uma seleção aleatória, dividindo-os em dois grupos”, detalha.
Em um dos grupos, o protocolo de resincronização não foi alterado (uma prostaglandina antes do Ovsynch). No outro, os técnicos aplicaram a PGF-2α e mais uma dose do hormônio GnRH (do inglês Gonadotropin-Releasing Hormone) no Presynch, seguindo com o Ovsynch convencional. “Notamos que com a estratégia, conseguimos aumentar a taxa de concepção em 11,3% nos animais inseminados em tempo fixo (IATF). E isso já foi um grande avanço. Agora, vamos para o próximo passo”, avisa o técnico da ABS, destacando que numa segunda etapa da pesquisa, planeja descobrir qual é a atuação do GnRH, no corpo da vaca ou no embrião, responsável por este incremento reprodutivo. Fonte: Ascom/ABS.