30/03/2016 - 8:41
A aquicultura no Brasil cresceu consideravelmente nas últimas décadas, em razão de algumas características que associam forte mercado interno, disponibilidade de grãos para ração, com produções recordes, amplo território, com disponibilidade hídrica, áreas favoráveis para construção de tanques e açudes, e clima tropical. Com todo potencial da atividade, o Instituto de Estudos Avançados Universidade de São Paulo (IEA/USP) promove nesta quarta-feira, (30/03), em São Paulo, o seminário “Aquicultura: Desafios e Oportunidades para a USP na Revolução Azul Brasileira”.
Um dos palestrantes do evento é o presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Eduardo Ono, que vai falar sobre o status da atividade aquícola no país: situação atual, dificuldades e perspectivas. “O Instituto da USP quer debater a integração, com os diversos ativos de pesquisa para o desenvolvimento do setor e das criações aquáticas, com foco central nas políticas públicas”, observa.
Segundo ele, a USP é uma das grandes referências brasileira no assunto, com grande base científica e agora visando o estudo estratégico. O evento é uma oportunidade para debatermos a aquicultura do país, que, apesar do potencial, alguns entraves impedem o desenvolvimento pleno: falta de competitividade e de mais organização dos produtores, não há políticas públicas efetivas para o setor e nem apoio do governo.
De acordo com o presidente da Comissão, o grande problema para o crescimento da atividade é a baixa competitividade e a falta de tecnologia. “Hoje o Brasil tem muita ciência e quase nada de tecnologia. É como se fabricássemos as peças de um automóvel e não o construíssemos. Precisamos de montagem e construção de tecnologia para trazer a competitividade”. Para ele, hoje o produtor descobre na base da tentativa e erro. “Não faltam investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), falta foco”.
Ono observa que a ciência hoje realizada no Brasil é benéfica, mas o retorno é pequeno e não está indo diretamente para a sociedade. “Na aquicultura, infelizmente, as atividades de P&D estão equivocadas. Hoje ciência e tecnologia no setor aquícola não conectam e não agregam valor”, finaliza. Fonte: Ascom