12/05/2016 - 9:46
A JBS S.A. reporta receita líquida de R$43,9 bilhões no 1T16, um aumento de 29,8% sobre o 1T15. O lucro bruto foi de R$4,8 bilhões no período, estável em relação ao mesmo trimestre de 2015, enquanto o prejuízo no período foi de R$2,7 bilhões, impactado pelo resultado da proteção cambial da Companhia. O EBITDA foi de R$2,1 bilhões, 22,5% menor comparado ao 1T15, com uma margem EBITDA de 4,9%.
O resultado mais desafiador no trimestre advém da baixa performance da operação de bovinos da JBS USA, impactada pela: (i) marcação a mercado dos contratos físicos de aquisição de bovinos nos EUA e Canadá que tiveram uma forte queda de preços no período; (ii) baixa disponibilidade de animais para abate na Austrália em função de condições climáticas adversas; e (iii) valorização do dólar Australiano vs. o dólar Americano. Além disso, a Companhia sofreu impacto negativo de R$5,8 bilhões no trimestre devido à proteção cambial. Entretanto, vale ressaltar que, no período desde o 1T15 até 1T16, a JBS obteve um resultado positivo de R$4,8 bilhões com sua estratégia de proteção cambial, mesmo após o impacto negativo deste trimestre.
“O nosso foco na eficiência operacional, no desenvolvimento das nossas marcas, na expansão do nosso portfólio de produtos de maior valor agregado, no crescimento da nossa base de clientes, aliado às perspectivas de melhores condições de mercado no nosso segmento, nos mantém confiantes que seremos capazes de entregar bons resultados nos próximos trimestres e, assim, cumprir nossas metas para o ano de 2016”, comentou Wesley Batista, CEO Global da JBS.
Destaques Consolidados do 1T16
• A receita líquida no 1T16 foi de R$43,9 bilhões, um aumento de 29,8% em relação ao 1T15.
• O lucro bruto no 1T16 foi de R$4,8 bilhões, estável em relação ao mesmo período do ano passado.
• O EBITDA no 1T16 foi de R$2,1 bilhões, redução de 22,5% sobre o 1T15. A margem EBITDA foi de 4,9%.
• A JBS registrou prejuízo de R$2,7 bilhões no 1T16.
• No 1T16, a geração de caixa operacional foi de R$4,4 bilhões negativa, em função do resultado da proteção cambial da Companhia, enquanto que a geração de caixa livre ficou negativa em R$5,2 bilhões.
• A JBS encerrou o 1T16 com uma dívida líquida de R$48,7 bilhões. A dívida líquida dolarizada ficou em US$13,7 bilhões.
• A alavancagem ao final do trimestre ficou em 3,84x. Incluindo os resultados proforma das aquisições recentes, a alavancagem ficou em 3,60x.
A receita líquida consolidada da JBS no 1T16 totalizou R$43.911,9 milhões, expansão de R$10.092,9 milhões, ou 29,8% superior ao 1T15. As unidades de negócios que registraram crescimento na receita no 1T16 foram a JBS Foods, que registrou aumento de 10,6% e a JBS USA Carne Suína, com crescimento de 64,8% comparado ao 1T15. No 1T16, aproximadamente 72% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a Companhia atua e 28% por meio de exportações.
O EBITDA da JBS no 1T16 foi de R$2.137,2 milhões, uma redução 22,5% em relação ao 1T15, impactado pela redução de 35,8% do EBITDA da PPC e pelo resultado negativo da JBS USA Carne Bovina. A margem EBITDA foi de 4,9%.
Resultado Financeiro Líquido – A JBS registrou no 1T16 uma despesa financeira líquida de R$4.765,3 milhões. A receita de variações cambiais ativas e passivas foi de R$1.854,0 milhões, enquanto que o resultado financeiro com derivativos, que inclui as despesas relacionadas à proteção da variação de moedas, foi de R$5.823,1 milhões. Entretanto, vale ressaltar que, conforme descrito na tabela abaixo, no período desde o 1T15 até 1T16, a JBS obteve um resultado positivo com sua estratégia de proteção cambial no total de R$4.780,2 milhões, mesmo após o impacto negativo deste trimestre. Os juros passivos foram de R$1.000,5 milhões, enquanto que os juros ativos foram de R$246,0 milhões. Impostos, contribuições, tarifas e outros resultaram em uma despesa de R$41,8 milhões.
Imposto de Renda e Contribuição Social – O imposto de renda e contribuição social (IR/CS) do período foi positivo em R$1.157,9 milhões. O IR/CS corrente foi uma despesa de R$72,9 milhões, enquanto o IR/CS diferido foi uma receita de R$1.230,8 milhões.
Lucro Líquido / Prejuízo – A JBS registrou um prejuízo de R$2.741,2 milhões no trimestre. No 1T15, o lucro líquido foi de R$1.393,7 milhões.
Dispêndios de Capital – No 1T16, o valor total dos dispêndios de capital da JBS foi de R$761,5 milhões, sendo que 27% refere-se a aquisições e 73% a manutenção, ampliação e modernização.
Geração de Caixa – No 1T16, a Companhia registrou uma geração de caixa operacional negativa em R$4.446,7 milhões e uma geração de caixa livre negativa em R$5.208,2 milhões, em função do resultado da proteção cambial da Companhia.
Endividamento – A JBS encerrou o 1T16 com uma dívida líquida de R$48.745,4 milhões e uma alavancagem de 3,84x. Incluindo o resultado proforma das aquisições recentes, a alavancagem ficou em 3,60x. A Companhia encerrou o trimestre com R$15.287,2 milhões em caixa. Além disso, a JBS USA possui US$1,265 bilhão em linhas de crédito rotativas e garantidas que, somadas as disponibilidades de caixa, equivalem a 95% da dívida de curto prazo. A porcentagem da dívida de Curto Prazo (CP) em relação à dívida total ficou em 33% no 1T16, dos quais 72% são linhas lastreadas às exportações (trade finance) das subsidiárias brasileiras.
No final do período, 91% da dívida consolidada da Companhia era denominada em dólares americanos com um custo médio de 5,00% a.a. O percentual da dívida em reais, 9% da dívida consolidada, apresentou um custo médio de 14,63% a.a.
Resultados do 1T16 por Unidade de Negócio
JBS Foods – A JBS Foods registrou receita líquida de R$4.286,6 milhões no trimestre, o que representa um crescimento de 10,6% em relação ao 1T15, resultado do crescimento orgânico e da incorporação das empresas adquiridas, o que resultou em um aumento de volume de vendas em aves e suínos in natura combinado com um aumento dos preços médios de venda.
No mercado interno, o crescimento da receita foi de 9,3%, com destaque para o segmento de aves in natura, cuja receita registrou um aumento de 31,0% quando comparada ao 1T15, impulsionada principalmente pelo aumento de 27,8% nos preços médios de venda. No segmento de processados, o incremento na receita foi de 11,8%, com volumes estáveis e preços 11,4% maiores que no 1T15, refletindo parcialmente os aumentos de preço realizados no início do ano. Ao longo do trimestre, a JBS Foods continuou apresentando uma evolução no market share em todas as categorias de produtos avaliadas pela Nielsen, com destaque para as categorias de margarina e pizzas, as quais apresentaram um aumento de market share de volume de 29,0% e 15,0%, entre as duas últimas leituras, respectivamente. Em industrializados, que representa o maior mercado em valor, o crescimento foi de 8,1%, enquanto em congelados o crescimento foi de 4,8%.
A receita proveniente das exportações aumentou 11,9% em relação ao 1T15, impactada positivamente pela variação cambial apresentada entre os trimestres, com desempenho positivo em todas as categorias de produtos, com destaque para o aumento de 50,1% no volume de suínos in natura e de 7,3% no preço médio em reais de aves in natura, que responde por aproximadamente 88% da receita da unidade de negócio no mercado externo. Os principais destinos dos produtos da JBS Foods no mercado externo foram Ásia e Oriente Médio.
O EBITDA da JBS Foods no 1T16 foi de R$579,5 milhões, um decréscimo de 5,9% em relação ao 1T15, principalmente em função do aumento do custo dos grãos e outros insumos no período, parcialmente compensado pelo aumento dos preços médios de venda. A margem EBITDA foi de13,5% no período.
JBS Mercosul – A receita líquida da JBS Mercosul foi de R$6.983,4 milhões, 3,0% superior ao 1T15, devido ao crescimento de 34,1% nos preços de carne in natura no mercado doméstico e de 36,2% no mercado externo, parcialmente compensado pela redução do volume vendido em ambos os mercados.
O número de bovinos processados foi 18,7% inferior ao mesmo período de 2015. O EBITDA da JBS Mercosul foi de R$761,4 milhões, uma expansão de 102,3% comparado ao 1T15, em decorrência da melhora significativa da margem bruta, impulsionada pelo aumento nas exportações, favorecidas pelo câmbio do período. A margem EBITDA foi de 10,9%.
Os principais destinos das exportações da JBS Mercosul foram América do Sul, Rússia e Ásia, com destaque para a China, que apresentou crescimento de 200% quando comparado ao 1T15.
Bovinos JBS USA (incluindo Austrália e Canadá) – A receita líquida totalizou US$4.649,6 milhões, um decréscimo de 10,4% sobre o 1T15, em função da queda dos preços nos mercados doméstico e internacional, influenciado pela valorização do dólar australiano sobre o dólar americano. No mercado interno houve aumento do volume vendido, impulsionado pela consolidação dos resultados da Primo na Austrália.
O EBITDA foi de US$214,8 milhões negativo, comparado a um EBITDA de US$186,6 milhões no mesmo trimestre do ano passado. A margem EBITDA foi de -4,6%. O baixo desempenho da unidade de negócios foi impactado pela: (i) marcação a mercado dos contratos físicos de aquisição de bovinos nos EUA e Canadá que tiveram uma forte queda de preços no período; (ii) baixa disponibilidade de animais para abate na Austrália em função de condições climáticas adversas; e (iii) a valorização do dólar Australiano vs. o dólar Americano.
Suínos JBS USA – A unidade de Suínos da JBS USA no 1T16 registrou receita líquida de US$1.256,6 milhões, um aumento de 64,8% em relação ao 1T15, devido ao aumento no número de animais processados e do volume produzido, em função da incorporação dos ativos da Cargill Pork adquiridos em 2015, parcialmente compensado pela redução dos preços de venda.
O EBITDA foi de US$102,1 milhões, 9,5% superior ao mesmo trimestre do ano anterior, com margem EBITDA de 8,1%. O resultado do trimestre foi impulsionado pelo aumento das exportações, principalmente para a Ásia e América do Norte, combinado com a redução do preço da matéria prima em relação ao 1T15.
Frango JBS USA (Pilgrim’s Pride Corporation – “PPC”) – A Pilgrim’s Pride registrou receita líquida de US$1.962,9 milhões no 1T16, uma redução de 4,4% em relação ao 1T15, devido a uma queda no volume exportado e nos preços de venda, tanto nos EUA quanto na exportação, sendo parcialmente compensada por um aumento de 39,3% nas vendas provenientes das operações no México, em função da aquisição de ativos na região e de crescimento orgânico.
O EBITDA foi de US$233,5 milhões, uma diminuição de 35,8% em relação ao mesmo período de 2015, em função da redução nos preços de frango tanto no mercado interno quanto na exportação, parcialmente compensada por uma redução nos custos de alimentação das aves e outros custos operacionais nos Estados Unidos. Em relação ao 4T15, o EBITDA registrou um aumento de 55,7%. A margem EBITDA foi de 11,9%.
O lucro líquido da PPC foi de US$118,4 milhões, com um lucro líquido por ação (EPS) de US$0,46. A geração de caixa livre foi de US$141,3 milhões. Já a alavancagem (dívida líquida / EBITDA) ficou em 0,40x ao final do 1T16.
No dia 27 de abril, a PPC anunciou a distribuição de dividendos especiais no montante de US$700 milhões, equivalentes a US$2,75 por ação de sua emissão, a serem pagos em 18 de maio de 2016.
A administração da Companhia anunciou a conversão de uma de suas fábricas nos Estados Unidos para a produção de frango orgânico certificado pelo USDA, de forma a alavancar a liderança da Pilgrim’s no crescente segmento de produtos livres de antibiótico, bem como fortalecer seu relacionamento com clientes chave. Durante o trimestre houve uma melhora contínua nas condições de mercado no México e a realização das sinergias anunciadas em função da integração dos novos ativos seguem em linha com o planejado.
JBS Europa (Moy Park) – A JBS Europa obteve receita líquida de £347,5 milhões no 1T16, um decréscimo de 1,6% sobre o 1T15, advindo da redução dos preços de vendas de aves in natura nos mercados doméstico e internacional, em adição à saída da Moy Park do segmento de carne bovina enlatada, parcialmente compensado pelo aumento do volume vendido no Reino Unido e Irlanda.
O EBITDA da unidade de negócio foi de £30,6 milhões no período, um aumento de 8,2% comparado ao 1T15, em função de uma maior eficiência operacional nas unidades da Companhia na região, aliada ao foco no controle de custos, o que compensou a diminuição nos preços de venda de aves in natura. A margem EBITDA no 1T16 foi de 8,8%.
A administração da Companhia está focada em continuar investindo nos ativos na região e em entregar as sinergias da integração com o Grupo JBS. Com um time de liderança experiente e um robusto portfólio de produtos, a Administração continua confiante no sucesso e desenvolvimento do negócio. Fonte: Ascom