A Missão Compradores, que ocorreu a partir do 26 de agosto, terminou no sábado (03), em Brasília, com um balanço bastante positivo tanto para o Brasil quanto para a comitiva asiática. O grupo, composto por representantes de Bangladesh, China, Coreia do Sul, Índia, Tailândia e Vietnã, veio conhecer o processo de produção, análise e beneficiamento do algodão brasileiro e visitou os principais estados produtores: Mato Grosso, Bahia e Goiás. “Ao que tudo indica, os asiáticos ficaram perplexos com o nível de organização do setor e impressionados com os investimentos feitos em tecnologia por aqui”, avalia o presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen, que viajou o país todo em conjunto à missão comercial asiática.

Jacobsen destaca que as missões comerciais começaram em 2002 e este é o segundo ano consecutivo em que um grupo de compradores vem ao Brasil. “A iniciativa teve um grande sucesso. Os compradores viram de perto que a nossa produção atende à sua demanda”, explicou. Ao final da viagem, a Abrapa apresentou aos asiáticos um panorama do cenário do algodão brasileiro frente ao mercado internacional e iniciativas que estão sendo feitas no desenvolvimento de variedades do cultivo de algodão. Hoje, o país é o 5º maior produtor da fibra no mundo e o 3º maior exportador, com previsões de exportar mais de 1 milhão de toneladas, nesta safra. “Apresentamos para eles um diagnóstico completo sobre o algodão brasileiro, todos os índices das características intrínsecas do que estamos cultivando por aqui e como esse processo evoluiu com o passar das safras até chegar ao algodão que estamos exportando hoje. Nosso foco está voltado para a credibilidade, o controle e a transparência”, comenta o presidente.

Na ocasião, foi apresentada também toda a tecnologia de rastreabilidade usada nos fardos de algodão brasileiro. “Mostramos o potencial do sistema SAI e do programa SBRHVI, que em breve, possibilitará a rastreabilidade total do fardo de algodão, desde quem produziu, o Estado, a usina que beneficiou, passando pelas características intrínsecas da pluma”, diz Jacobsen sobre o modelo.  “O importador vai ter condições de aferir a qualidade da fibra, e dessa forma, estaremos um passo à frente da maioria dos mercados”, atesta o presidente. Além de conhecer laboratórios e usinas de beneficiamento, a comitiva visitou as obras do novo Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), em Brasília, previsto para ter sua inauguração em dezembro.

Com investimentos de mais R$20 milhões, o laboratório será responsável por auditar o trabalho de todos os outros laboratórios de classificação da fibra distribuídos pelo país, respeitando padrões internacionais de classificação. “O mercado hoje exige uma estabilidade no fornecimento e na qualidade do produto. Os compradores são exigentes, visto que temos um grande concorrente que é o sintético. Com esse novo sistema, a tomada de decisão vai ser facilitada e a credibilidade nos fardos vai aumentar”, comenta João Carlos Jacobsen.