22/02/2021 - 14:44
O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, afirmou nesta segunda-feira, 22, durante sessão no Parlamento Europeu, que as medidas de apoio fiscal e monetário adotadas na zona do euro durante a crise devem continuar em vigor, de forma a garantir uma recuperação “resiliente” na União Europeia (UE). Sem o casamento de política fiscal com monetária, o cenário econômico na região seria muito pior, disse Donohoe. Ele destacou o papel da política fiscal ao proteger os empregos e renda de europeus, defendendo que ela deve continuar “expansiva” no curto prazo.
O comissário europeu para a economia, Paolo Gentiloni, argumentou que é necessário manter os estímulos fiscal e monetário mesmo com o avanço do programa de vacinação nos países da UE. Segundo ele, “é mais perigoso” retirar as medidas com muita antecedência do que mantê-las além do necessário.
“Estamos entrando em 2021 com um nível de atividade mais fraco do que esperávamos no começo de 2020 por conta da segunda onda de covid-19 na Europa”, explicou Gentiloni.
Donohoe disse que há ainda muitas incertezas com relação a pandemia de coronavírus, e a melhor forma de lidar com elas é manter o suporte econômico. Caso isso seja feito, o presidente do Eurogrupo diz esperar que o continente entre no caminho da recuperação mais tarde neste ano, mas com alguns setores mais afetados pela crise ainda necessitando de apoio fiscal.
Plano de recuperação
Donohoe afirmou que uma das metas do plano de recuperação da UE é maximizar o investimento público para promover o investimento privado nos países do bloco. Gentiloni comparou crises anteriores com a atual e disse que o ritmo de recuperação foi mais lento pois os estímulos à economia não foram suficientes.
Segundo ele, o nível de investimento privado na UE não chegou a se recuperou plenamente da Grande Recessão de 2008/2009.
O comissário ainda reafirmou os compromissos da UE em seu plano de recuperação para construir uma economia mais sustentável, digital e inclusiva. “Nosso objetivo é orientar o impulso da demanda nas economias e orientar o crescimento na direção certa”, definiu.