A produção de alimentos ancorada no viés da agroecologia não ficou de fora dos assuntos discutidos durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, comemorada de 17 a 23 de outubro, a partir do tema “Ciência alimentando o Brasil”. Uma das contribuições da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) nessa questão foi representada pela participação da pesquisadora Mariane Vidal na abertura oficial da semana promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), no dia 17/10.

“Agroecologia na produção sustentável de alimentos” foi o título da palestra, que refletiu as experiências conduzidas com o cultivo de hortaliças sob os princípios da agroecologia. “A abordagem girou em torno das hortaliças porque são elas o foco do nosso trabalho e foi muito estimulante constatar o interesse pelo tema, percebido durante o debate que se seguiu à palestra”, sublinhou Mariane, para quem o assunto está cada vez mais inserido no cotidiano da sociedade, que espera respostas da ciência.

Segundo ela, se a temática da semana foi a ciência alimentando o Brasil, então o que ela pode efetivamente contribuir para a produção sustentável de alimentos, e qual o seu papel nesse processo? A resposta, discutida pela pesquisadora na ocasião, encontra-se na observação da natureza, buscando elementos naturais para as técnicas de produção, princípios que costumam nortear as ações desenvolvidas no quesito da agroecologia, algumas com resultados bastante palpáveis e positivos, a exemplo da recuperação do solo em áreas da região serrana do Rio de Janeiro.

Cenário de ocorrências climáticas em janeiro de 2011, quando fortes chuvas provocaram deslizamentos de terra, com trágicas consequências, a região foi contemplada com ações relacionadas à tecnologia do Sistema Plantio Direto, aliada a outras técnicas de manejo. Relatos que fizeram parte da apresentação da pesquisadora no MCTIC.
“Trabalhamos três anos com agricultores da região utilizando plantas de cobertura e com o uso dessas práticas de adubação verde pouco a pouco o solo foi retomando a capacidade produtiva. “Esses resultados mostraram que as mudanças não ocorreram apenas no meio ambiente, mas também influenciaram o “modus operandi” do agricultor, que passou a diversificar a produção com a introdução de outras variedades de plantas, e passou a oferecer maior diversidade ao mercado”.

Brasília Agroecológica 2017

Ao encerrar sua palestra, Mariane chamou a atenção para a realização do Brasília Agroecológica 2017, que será realizado de 11 a 14 de setembro de 2017, e que vem sendo apontado como o maior evento de agroecologia do mundo em número de participantes e de trabalhos.

Coordenado pela pesquisadora, o evento abriga o VI Congresso Latino-Americano de Agroecologia, o X Congresso Brasileiro de Agroecologia, o IX Encontro Nacional dos Grupos de Agroecologia e o V Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e Entorno. Fonte: Ascom