24/02/2021 - 11:52
São Paulo, 24 – Usinas e destilarias no Centro-Sul do Brasil processaram 487 mil toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de fevereiro, alta de 185,70% em comparação a igual período de 2020, quando foram moídas 170 mil toneladas. Os dados fazem parte do levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), divulgado nesta quarta-feira. A região está em período de entressafra. Segundo a Unica, até o fim da quinzena operavam três unidades produtoras que processam apenas cana-de-açúcar, cinco que produzem apenas etanol à base de milho, e outras duas que utilizam as duas matérias-primas.
O mix sucroenergético na quinzena ficou em 63,49% para o etanol e 36,51% para o açúcar. A fabricação do adoçante foi de 21 mil toneladas nos primeiros 15 dias do mês, 751,28% a mais do que no mesmo período de 2020. Esse avanço tão grande tem a ver com o mix menos alcooleiro no período e com a maior moagem de cana.
A produção de etanol alcançou 134 milhões de litros na primeira quinzena de fevereiro, 28,84% a mais do que os 104 milhões de litros de igual período do ciclo 2019/20. Desse volume, porém, 110,88 milhões de litros foram de etanol de milho. Do total de biocombustível produzido, o hidratado, utilizado diretamente no abastecimento dos veículos, representou 90 milhões de litros, enquanto o etanol anidro, adicionado à gasolina, somou 44 milhões de litros. O volume do anidro representa um avanço expressivo na comparação anual (um ano antes, o volume era negativo por causa do reprocessamento de anidro para hidratado); já o hidratado apresenta recuo de 14,26%.
A qualidade da matéria-prima processada na primeira quinzena de fevereiro, medida a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), atingiu 126,06 kg por tonelada ante 91,58 kg/t verificados em igual quinzena da safra passada, alta de 37,64%.
Acumulado
A moagem de cana no acumulado da safra 2020/2021 atingiu 598,121 milhões de toneladas, aumento de 3,22% sobre os 579,471 milhões de toneladas de igual período do ciclo 2019/2020. No acumulado do ciclo 2020/2021, a safra alcançou 145,15 quilos de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, 4,29% superior ao valor apurado no último ciclo agrícola.
Desde o início da safra 2020/2021 até 16 de fevereiro, 46,20% da matéria-prima foi destinada à fabricação de açúcar, ante 34,48% em igual período de 2019/20. Assim, a produção acumulada de açúcar soma 38,217 milhões de toneladas, montante 44,25% superior aos 26,494 milhões de toneladas produzidos um ano antes. Já o volume de etanol produzido no acumulado da safra 2020/2021 totalizou 29,680 bilhões de litros, 8,54% inferior ao assinalado na última safra, com o etanol anidro recuando 1,81% e o hidratado, 11,48%.
O mix desta temporada tem sido mais açucareiro porque as usinas aproveitam os bons preços do adoçante em reais – decorrentes da quebra de safra de outros produtores importantes, da desvalorização do real ante o dólar e da indefinição a partir do subsídio para exportações da Índia – e porque a pandemia da covid-19 reduziu a demanda por combustíveis no País durante alguns meses do ano passado.