O papel decisivo da indústria canavieira para o desenvolvimento sustentável do Brasil nos últimos 40 anos e o potencial do etanol no combate aos desafios socioambientais causados pelas mudanças climáticas, em particular a redução das emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs) no setor de transportes, serão temas centrais da participação da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) na 22° Conferência do Clima (COP22).

Organizado pela ONU entre os dias 07 e 18 de novembro, no Marrocos, o evento reúne representantes de diversos países para uma série de encontros com o objetivo de discutir e definir estratégias para a implementação do Acordo de Paris, tratado internacional – em vigor desde o dia 04/11 – assinado por 195 países com o objetivo de frear o aquecimento do planeta.

“O Brasil apresenta média de produção e uso de energias renováveis muito superior à mundial (40% contra 13%). Isso se deve, em boa parte, à presença de 16% da biomassa da cana no total da nossa matriz energética. No curto e médio prazos existem totais condições de se replicar esta experiência em diversos países, principalmente nos africanos e asiáticos, cujos desafios para cumprir as metas assumidas no Acordo de Paris serão maiores, dada a falta de infraestrutura e dependência de petróleo”, ressalta a presidente da UNICA, Elizabeth Farina.

No total, a agenda da UNICA na COP22 inclui participações em 13 eventos. Dois deles, marcados para o mesmo dia (14/11), no Espaço Brasil, terão a presidente da entidade como palestrante.

Elizabeth Farina falará sobre o tema “Bioetanol: Fonte de Energia Renovável e de Baixa Emissão de Carbono” em seminário idealizado pela parceria entre a UNICA e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) no âmbito de um projeto de valorização do biocombustível brasileiro no exterior.

Também integrarão o debate o coordenador do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima, Tassio Azevedo, a diretora Executiva da Associação Mundial de Bioenergia (WBA), Karin Haara, e o analista sênior da Agência Internacional de Energia (IEA), Cédric Philibert.

Em segunda oportunidade, a executiva da UNICA participará de um evento promovido pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, iniciativa formada em 2014 por mais de 120 organizações não governamentais, multinacionais e entidades empresariais visando posicionar o País na liderança global por uma economia mais “verde”.

Nesta palestra, Elizabeth abordará a situação atual e as perspectivas de oferta e demanda de etanol e bioeletricidade até 2030, tendo como pano de fundo as metas de desenvolvimento sustentável anunciadas pelo governo brasileiro e ratificadas no Acordo de Paris. Nos próximos 14 anos, o País terá que cortar em 43% suas emissões de GEEs.

A proposta prevê alcançar o índice de 18% de biocombustíveis sustentáveis (etanol e biodiesel) na matriz energética e o aumento de 10% para 23% no uso de energias renováveis (solar, eólica e biomassa) na matriz elétrica.

Além dos biocombustíveis, outros compromissos assumidos no plano nacional contra as mudanças climáticas, como o desmatamento ilegal zero e a preservação/ recomposição florestal, também serão debatidos pelas demais empresas e entidades afiliadas à Coalizão.

Participantes confirmados: Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima (OC); Marcelo Furtado, diretor-executivo do Instituto Arapyaú; Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); André Guimarães, diretor Executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam); Marcelo Vieira, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB); Miguel Calmon, gerente sênior do programa de restauração florestal da IUCN; e Fabio Marques,  consultor para Carbono da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

Plataforma

No penúltimo dia (17/11) da COP22, a UNICA também estará presente em evento especial organizado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) no Pavilhão Marrocos: o lançamento da “Plataforma para o Biofuturo”.

A iniciativa permitirá promover, de forma flexível e dinâmica, a cooperação e o diálogo entre governos, indústria, academia, organizações internacionais, instituições financeiras e outras partes interessadas em promover a expansão dos biocombustíveis avançados na matriz energética mundial. Fonte: Ascom