Apesar dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou superávit primário de R$ 58,375 bilhões em janeiro, informou nesta sexta-feira, 26, o Banco Central. Este é o maior superávit para um mês de janeiro na série histórica, iniciada em dezembro de 2001.

O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento da dívida pública. Em função da pandemia, cujos efeitos econômicos se intensificaram em março, o governo federal e os governos regionais passaram a enfrentar um cenário de forte retração das receitas e aumento dos gastos públicos. Em dezembro do ano passado, havia sido registrado déficit de R$ 51,837 bilhões.

O superávit primário consolidado de janeiro ficou próximo do teto do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de superávit de R$ 26,60 bilhões a R$ 58,60 bilhões. A mediana estava positiva em R$ 51,10 bilhões.

Composição

O resultado fiscal de janeiro foi composto por um superávit de R$ 43,156 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 14,772 bilhões no mês.

Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 13,104 bilhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 1,669 bilhão. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 446 milhões.

12 meses

As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 700,851 bilhões em 12 meses até janeiro, o equivalente a 9,43% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.

A projeção do Tesouro para o rombo fiscal do setor público consolidado em 2021 é de R$ 250,89 bilhões. Para o Governo Central, o déficit estimado é de R$ 247,118 bilhões.

O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em janeiro pode ser atribuído ao rombo de R$ 747,579 bilhões do Governo Central (10,06% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 43,378 bilhões (0,58% do PIB) em 12 meses até janeiro.

Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 42,507 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 871 milhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 3,349 bilhões no período.