05/03/2021 - 17:08
O ouro fechou em leve queda nesta sexta-feira, perdendo o patamar de US$ 1700 por onça-troy, com a recuperação do dólar ante moedas rivais pressionando a cotação do metal precioso perto do término da sessão. A commodity ainda sofreu influência da alta nos rendimentos dos Treasuries, os títulos da dívida pública americana, que dispararam mais cedo diante da expectativa de alta inflacionária provocada pelo relatório de geração de empregos nos EUA de fevereiro. Ao longo da sessão, porém, o movimento de venda dos títulos de ponta longa esfriou, mas não o suficiente para firmar o ouro em território positivo.
O ouro com entrega prevista para abril recuou 0,13%, encerrando a sessão cotado a US$ 1698,50, menor valor de fechamento desde 3 de junho do ano passado, de acordo com dados da FactSet reportados pela Dow Jones Newswires. Na semana, o metal precioso acumulou perdas de 1,75%.
“Uma combinação de alta nos títulos públicos americanos e um dólar mais firme” tem colocado intensa pressão sobre o ouro, segundo avalia o analista do Commerzbank, Carsten Fritsch. Ele nota que os comentários feitos ontem pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, foram responsáveis por este movimento, antes dos mercados reagirem ao payroll divulgado hoje.
Para Fritsch, o dirigente não pareceu particularmente preocupado com o avanço dos rendimentos, apesar de Powell ter dito ontem que a volatilidade recente no mercado de Treasuries chamou a sua atenção. Com o contínuo movimento de alta nos juros, “é provável que a pressão sobre o ouro aumente”, projetou o analista. Apesar disso, ele vê a recente queda brusca do ouro como uma “anomalia”, já que o metal deve se valorizar caso o Fed não responda apropriadamente aos riscos crescentes na inflação.
De acordo com o analista-chefe da ActivTrades, Carlos Alberto da Casa, “há uma troca moderada nos portfólios de investidores”, com o interesse pelo ouro diminuindo temporariamente. “O cenário técnico para o metal precioso permanece em baixa, e até agora não há sinais de uma recuperação iminente”, avaliou o analista em relatório.
*Com informações de Dow Jones Newswires