16/03/2021 - 19:09
A síndica de um condomínio de luxo na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) foi presa temporariamente nesta terça-feira, 16, acusada pela Polícia Civil de ser a mandante do assassinato de um morador do mesmo prédio que planejava denunciá-la por irregularidades na administração. Ainda segundo a investigação, o autor do crime foi um funcionário do condomínio que seria amante da síndica.
Por volta das 10h30 de 1º de fevereiro, o empresário Carlos Eduardo Monttechiari chegou ao depósito de gás que funciona em um terreno do qual é dono, na Vila Kosmos (zona norte do Rio). Estacionou o carro e, assim que abriu a porta do veículo, foi baleado por um homem. O atirador correu, entrou em outro carro, onde um motorista o aguardava, e fugiu. A vítima conseguiu dirigir por alguns metros, foi socorrida e internada, mas morreu no dia seguinte.
A 27ª DP (Vicente de Carvalho) começou a investigar o caso suspeitando de latrocínio (roubo seguido de morte), mas constatou que nada havia sido roubado da vítima. Ao pesquisar eventuais desafetos do empresário, descobriu que ele havia reunido documentos para tentar comprovar supostas irregularidades cometidas pela síndica do condomínio em que morava, o London Green, na Barra da Tijuca (zona oeste). Monttechiari já havia sido síndico do mesmo condomínio e acusava Priscilla de Oliveira de desviar cerca de R$ 800 mil da administração, segundo a polícia. A documentação seria apresentada durante uma assembleia agendada para 5 de fevereiro.
O crime foi registrado por câmeras de segurança, que mostraram o carro usado pelo assassino. A polícia descobriu que o veículo está registrado em nome da mulher de Leonardo Lima, que é funcionário do condomínio London Green. As imagens indicam que foi ele quem praticou o crime. A investigação apontou também que Lima mantém um caso extraconjugal com a síndica.
Ao ser abordado pela polícia, nesta terça-feira, Lima tentou fugir, mas acabou preso na avenida das Américas. Priscilla também foi presa. Nenhum dos dois tinha antecedentes criminais. A ordem de prisão temporária determina que eles fiquem detidos pelo prazo de 30 dias, para a conclusão das investigações. A Polícia Civil ainda não sabe, por exemplo, quem dirigia o carro com o qual Lima chegou e fugiu do local do crime.
A reportagem tentou contato com os advogados dos dois acusados, sem sucesso até a publicação deste texto. À TV Globo, o advogado de Priscilla, Norley Thomaz Lauand, negou que sua cliente tenha qualquer responsabilidade sobre o crime, e afirmou que, se Lima realmente cometeu o crime, foi “uma atitude isolada”, para a qual ela não contribuiu. O advogado de Lima não foi encontrado.