São Paulo, 09/04 – A perspectiva no mercado internacional de açúcar é de confortável balanço de oferta e demanda nos próximos meses, mas alguns pontos podem mudar essa tendência, como a exportação da Índia e a evolução da colheita da safra brasileira de cana-de-açúcar, segundo a consultoria Agro do Itaú BBA. Em relatório mensal sobre commodities agrícolas, divulgado hoje, o banco diz que a Índia, mesmo com expectativas de bons volumes de exportação (cerca de 5 milhões de toneladas), até o fim de março embarcou apenas 2,2 milhões de toneladas. “O embarque do volume remanescente tem de ocorrer em breve, pois a chegada do período chuvoso no país dificulta a saída do açúcar”, explica o banco.

No Brasil, a questão é acompanhar a produtividade da cana a ser colhida, que terá impacto direto no volume disponível para moagem. O Itaú BBA destaca que, em 2020, houve um período seco, que atrasou o desenvolvimento da cana e nos meses de fevereiro e março deste ano o volume de chuvas em grande parte das regiões canavieiras foi abaixo da média histórica. Ou seja, se a cana for colhida antes de completar seu ciclo de desenvolvimento apresentará quebra na produtividade.

Além disso, os preços de etanol, com o balanço de oferta e demanda do mercado interno mais enxuto, podem ficar mais elevados durante a safra. “A virada de mix de produção não é viável economicamente, mas parte do ATR que não estiver contratado pode virar para o biocombustível caso seja mais remunerador”, comenta o banco.

No Brasil, os preços do adoçante continuam em níveis favoráveis. Os valores alcançam cerca de R$ 2.000 a tonelada e perto de 85% do açúcar da safra 2021/22 já está travado na bolsa, diz o Itaú BBA.