28/03/2017 - 12:35
São Paulo, 28/03 – A 40 dias da maior e mais importante feira pecuária do Brasil, a ExpoZebu, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Arnaldo de Souza Machado Borges, não vê efeitos negativos da operação Carne Fraca ao trabalho de divulgação da genética bovina brasileira para o mundo. Em entrevista ao Broadcast Agro, Borges afirmou que o interesse pelo gado brasileiro continua forte.
Ele admitiu que houve um abalo temporário na cadeia produtiva como um todo nos últimos dias, com um recuo das exportações, mas acredita que isto já está sanado e que agora é preciso tirar proveito positivo do que aconteceu, para reforçar a qualidade do setor. A ExpoZebu, organizada pela ABCZ, será realizada entre os dias 29 de abril e 7 de maio, em Uberaba (MG), com a participação de mais de 30 países, governadores e com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
O tema deste ano é a Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), o que atende um apelo internacional por uma atividade agropecuária sustentável. “A ExpoZebu será um momento importante para reforçar a eficiência da nossa atividade”, afirmou. Leia a entrevista:
O Brasil está realizando nos últimos anos um trabalho para expandir e divulgar a genética bovina, buscando abertura de novos mercados e expansão das exportações. Agora, com a Operação Carne Fraca este trabalho pode sofrer algum abalo?
Agora é carne forte. Um País tropical, em que a base da genética bovina é de gado zebu e um ministro competente, só pode gerar bons resultados. Aconteceu esse fato aí e que já está sendo muito bem resolvido. Este ano, na ExpoZebu, nós vamos ter a reunião da Conselho Técnico da Federação Internacional dos Criadores de Zebu (Ficebu, em espanhol), entidade em que participam todas as associações que fazem melhoramento e registro das raças zebuínas. Temos mais de 30 países confirmados e a ABCZ vai apresentar uma proposta de parceria com as associações de outros países para o programa de melhoramento Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ).
Como está o interesse pela genética brasileira? Acredita que pode haver uma desaceleração agora no processo de abertura de novos mercados?
Existe o interesse muito forte de vários países pelo material genético do zebu – de sêmen e embrião, que é de um custo menor e de maior segurança. Há também o interesse em material genético para a produção de leite, inclusive da Índia, que já importou sêmen de reprodutores. Não vai ter desaceleração na abertura de novos mercados para genética.
Houve alguma alteração na programação da feira após a operação da Polícia Federal?
Não tivemos mudanças na programação por causa da operação, mas vamos ter algumas mudanças importantes nesta edição. Vamos voltar a ter o julgamento e avaliações de raças zebuínas voltando a ter as informações de desempenho por produtividade, por exemplo. Vamos também ter a presença do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e vários governadores. Vamos a Brasília no dia 11 (abril) fazer o convite ao presidente da República, Michel Temer. Com certeza vamos ter uma grande Expozebu.
Como está a procura para feira este ano?
Já temos mais de mil animais inscritos o que é dez vezes mais do que tínhamos em igual período do ano passado. Isso se deve a um trabalho de parceria com as associações de raça. O tema deste ano é a integração lavoura pecuária e florestas. Vamos ter 23 leilões e shoppings este ano.