Em julho, o presidente Michel Temer assumiu a presidência do Mercosul, o bloco que reúne o Brasil, o Uruguai, a Argentina, a Venezuela e seis países associados. Na posse, Temer disse que pretende tecer políticas com foco na agricultura, para avançar no modelo de mercado livre do bloco. Quer também que o Mercosul estreite os laços com a Aliança do Pacífico, contra o protecionismo de alguns mercados, entre eles a União Europeia. Também propôs avançar os acordos com os asiáticos, principalmente o Japão, a Coreia do Sul e a Índia.

REBANHO
Mas gado de leite para o Iraque

A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque confirmou no mês passado o interesse do país do Oriente Médio em importar gado de raças leiteiras do Brasil. Por causa de compras passadas, o gado girolando já mostrou que se adapta bem ao clima iraquiano: árido e semiárido, com variações de temperaturas entre 10 graus centígrados e 50 graus. O programa de retomada da pecuária local conta com US$ 400 milhões para investimentos. O rebanho foi praticamente dizimado pelos ataques do Estado Islâmico, cerca de 70%. Em 2015, eram 2,5 milhões de animais.

FRANGO
Passe livre na Europa

ROBERTO CASTRO

Em julho, começaram a vigorar as novas regras de exportação de frango do Brasil para os países da União Europeia. O bloco aumentou em 4,8 mil toneladas anuais a cota brasileira com tarifa zero, antes limitada a 2,3 mil toneladas. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, também fez parte do acordo 610 toneladas de cortes de peru, adicionadas à cota que era de 4,3 mil toneladas. O bloco econômico é o maior consumidor de aves do País. No ano passado foram exportados 456,6 mil toneladas, por US$ 1,1 bilhão.

AGRICULTUTA
Mais soja na mesa

Nas duas últimas décadas, a produção brasileira de soja cresceu 3,5 milhões de toneladas ao ano, uma média de 13,4% por período. O resultado tem relação direta com a evolução da produtividade e da área cultivada. No período, a área com a cultura aumentou um milhão de hectares por ano, enquanto a produtividade expandiu 34 quilos por hectare. O estudo está reunido na recém-lançada publicação da Embrapa “Análise da área, produção e produtividade da soja no Brasil”, entre as safras encerradas em 1997 e em 2016.

LATICÍNIOS
Lala compra a Vigor

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No final de julho, o grupo mexicano Lala anunciou que compraria a Vigor por R$ 5,7 bilhões, uma das empresas da J&F Investimentos que pertence à família Batista. A venda pós delação dos executivos do grupo já era esperada pelo mercado. Os mexicanos também terão 50% da Itambé, já que a Vigor detinha participação de metade da empresa. A outra parte pertence à Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR). A venda da Vigor é apenas uma parte da ação de desinvestimento dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que deve continuar.

MAIS MERCADO PARA O ARROZ

O Brasil é um grande produtor e consumidor de arroz, atrás somente dos países da Ásia. O cultivo é de 12 milhões de toneladas anuais. Para aumentar as exportações do cereal beneficiado e em contêineres, a Associação Brasileira da Indústria do Arroz e a Apex-Brasil está reformulando o Brazilian Rice, programa criado em 2013. Gustavo Ludwig, gerente do projeto, fala sobre as mudança de política da parceria.

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Quais os planos do setor?
No mês passado, o Brazilian Rice definiu as ações para os próximos dois anos. Dividimos os mercados em dois grupos. Um deles, onde o arroz brasileiro tem presença ou está consolidado, como os Estados Unidos, o Peru, a Arábia Saudita, o Panamá e o Reino Unido. O outro grupo é formado por aqueles que nos impõe barreiras tarifárias ou sanitárias, como a Colômbia, o México e a China.

Qual a imagem do produto brasileiro?
Nosso arroz é referência lá fora. O Peru, principal destino do produto beneficiado, por exemplo, busca por qualidade. Os Estados Unidos, nosso grande concorrente, têm aumentado as compras do cereal brasileiro.

Mas as exportações caíram.
Sim, em 2016 o País exportou 697 mil toneladas, mas a média dos embarques dos últimos cinco anos foi de 1,2 milhão de toneladas. A queda foi por causa do clima. Com isso, a receita caiu de US$ 350,1 milhões em 2015, para US$ 251,9 milhões em 2016.

Quais os resultados do Brazilian Rice?
Em 2013, primeiro ano do projeto, as exportações das empresas participantes, para 36 destinos, renderam US$ 57 milhões. Em 2016, foi de US$ 73 milhões, para 52 países, relativo a 78% dos embarques de arroz beneficiado em contêineres.

LARANJA
Safra encolhe e o Brasil exporta menos suco

A redução na oferta de laranja na safra 2016/2017, encerrada em 31 de junho com 245,3 milhões de caixas de 40,8 quilos, ficou 18,6% abaixo do ano anterior e afetou os embarques de suco. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, as exportações de suco concentrado foram de 894,7 mil toneladas, queda de 17% ante 1,1 milhão de toneladas no ciclo 2015/2016. Já a receita caiu 7%, para US$ 1,6 bilhão. A União Europeia, principal mercado brasileiro, registrou queda acentuada na receita e nos embarques.

SOJA
Cesb cria Liga da Produtividade

O Comitê Estratégico Soja Brasil criou, no mês de julho, a Liga da Produtividade de Soja. O comitê vai reunir os produtores com histórico de altas produtividades que participam todos os anos do Desafio Nacional de Máxima Produtividade. A ideia é aplicar nas fazendas as experiências adquiridas em dez anos do projeto. De acordo com a entidade, os participantes foram escolhidos por causa do histórico em áreas menores e estão preparados para mostrar que é possível produzir mais em areas comerciais.

CAFÉ
Sinal verde para o grão

A receita brasileira das exportações de café foi de US$ 5,6 bilhões no ano safra 2016/2017, valor 5% acima do ciclo anterior. No período, o País embarcou 32,9 milhões de sacas do produto, ao preço médio de US$ 171,48. O aumento foi de 13,4%, segundo relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, divulgado em julho. As vendas do arábica totalizaram 28,9 milhões de sacas, e do robusta, 277,5 mil sacas. Essa conta inclui 4,9 milhões de sacas cafés diferenciados. Os Estados Unidos, com 6,4 milhões de sacas, foram o principal destino. A seguir está a Alemanha, com 5,9 milhões; a Itália com 3 milhões, e Japão com 2,3 milhões de sacas. Somando a demanda interna, de 20 milhões de sacas, o mercado total foi de 53 milhões de sacas, equivalente a um terço do consumo mundial.

FRUTAS
Foco na Alemanha

Para a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Alemanha é um mercado estratégico para frutas. O Brasil tem potencial para aumentar as exportações de produtos, como o mamão e a manga. De acordo com a Apex-Brasil, o mercado alemão tem potencial para investir US$ 1 bilhão por ano no setor. O país consome anualmente 4,5 bilhões de toneladas de frutas e é o destino de apenas 4% das exportações brasileiras. Em 2016, os embarques renderam US$ 25,5 milhões.

GENÉTICA
Gir leiteiro, do Brasil para a Índia

Os primeiros bezerros gir leiteiro brasileiros nascidos na Índia, resultado da exportação de mil doses de sêmen, realizada pela ABS Pecplan em 2015, já estão com um ano de idade. Os animais são filhos dos reprodutores Diamante de Brasília e Castelo TE Kubera e servirão de vitrine para a genética brasileira no país asiático. A central de inseminação, localizada em Uberaba (MG), já recebeu pedido para a importação de mais 20 mil doses. Raça originária da Índia, o gir encontrou um ambiente apropriado para a produção de leite nas condições tropicais do Brasil. O rebanho brasileiro possui cerca de 130 mil animais registrados, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro. Em 2015, foram comercializadas 336,9 mil doses de sêmen.

OVOS
São Paulo produz mais

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A incorporação de novas tecnologias em genética, o uso de insumos na criação e a economia de escala garantiram um crescimento moderado da produção paulista de ovos em dez anos. Segundo a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, de 708,4 mil dúzias em 2007, a produção passou para 914,3 mil dúzias em 2016, o que equivale a um aumento de 15,8%. No ano passado, o Brasil produziu 39,2 bilhões de dúzias de ovos. O consumo nacional passou de 148 ovos, em 2010, para 190 ovos por habitante em 2016, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal.

PARCERIA
Fonterra e Inovaleite fazem acordo

A neozelandeza Fonterra Brasil, filial de uma das maiores exportadoras de lácteos do mundo, fez uma parceria com o Inovaleite, o instituto de pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (MG). A proposta é adaptar o uso dos ingredientes produzidos na Nova Zelândia para a melhoria de processo dos lácteos no mercado brasileiro. Além da iniciação científica para a formação dos alunos, estão previstos projetos para o desenvolvimento de produtos.

GIROLANDO
Touro bom de leite

Suelem Daiana Silva Nogueira

Jacuba Titânio Benfeitor Celsius, da bateria da central Alta Genetics, é o número um do sumário de touros do Teste Progênie 2017 da Embrapa. Com esse resultado, o animal figura como o maior produtor de leite da raça girolando com sêmen disponível no mercado. O touro de grau de sangue 5/8 tem PTA Leite de 596,2 quilos. Esse índice mostra quanto um touro pode melhorar a produção do rebanho. Hoje, os animais de sangue girolando respondem pela produção de 28 bilhões anuais de leite, o equivalente a 80% dos 35 bilhões de litros produzidos no Brasil, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Em 2015, foram comercializadas 589,8 mil doses de sêmen da raça, ante 491,7 mil no ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial.