A Polícia Federal em São Paulo deflagrou na quinta, 29, Operação Rekt, para desarticular uma organização criminosa especializada na prática de crimes de lavagem de dinheiro. Os investigadores miram um esquema que envolve empresas de fachada usadas por traficantes dizem ter descoberto “transações atípicas bilionárias cujo destino principal era a compra de criptoativos”.

A ofensiva foi aberta por ordem da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que quebrou os sigilos bancário e fiscal de 32 empresas e quatro pessoas.

Em nota divulgada na quinta, 29, a PF afirmou que levantamentos preliminares apontaram a movimentação atípica de mais de R$ 20 bilhões em tais contas, “motivo pelo qual foi determinado o bloqueio desses valores”. Na sexta, 30, a corporação indicou que foram bloqueados somente R$ 110 milhões de uma conta bancária de uma corretora de criptoativos.

Agentes cumpriram ainda quatro mandados de busca e apreensão, três na capital paulista e um em Limeira, no interior.

Segundo a PF, as investigações tiveram início após a Operação Planum que prendeu traficantes de drogas em outubro de 2018 pela superintendência no Rio Grande do Sul. A partir da ofensiva, foram realizados cruzamentos de informações e foi identificado o esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas de fachada, cadastradas em nome de “laranjas”.

“Analisando as informações obtidas nas buscas e em relatórios de inteligência financeira, foram descobertas transações atípicas bilionárias cujo destino principal era a compra de criptoativos. As diligências policiais feitas hoje têm a finalidade de bloquear o patrimônio da organização criminosa e possibilitar posterior perdimento em favor da União”, indicou a corporação em nota.

Segundo os investigadores, os alvos da operação poderão ser indiciados pela prática dos crimes de constituição de organização criminosa, com pena 03 a 08 anos e multa, e de lavagem de dinheiro com pena de 03 a 10 anos e multa.