21/11/2017 - 12:46
O comércio mundial de peixes deve movimentar US$ 150 bilhões em 2017, equivalente um crescimento de 7% ante 2016, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Caso ele se confirme, o valor será recorde ante os US$ 148,3 bilhões de 2014, o mais alto dos últimos anos. Segundo a FAO, empurrado pelo consumo em países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, o mercado da aquicultura pode crescer 5% ao ano na próxima década. A previsão é alcançar a marca de 100 milhões de toneladas de peixes, pela primeira vez, no ano de 2025.
Campanha
Sem tropeço
A Ambev anunciou no mês passado que já investiu R$ 45 milhões nos últimos três anos para que o seu público consumidor beba menos cerveja. A decisão não faz parte de um programa de tiros no próprio pé, mas de um movimeanto liderado pela companhia. Entre as ações estão o Dia de Responsa e o Road Safety, em parceria com agentes públicos, visando a diminuição de acidentes de trânsito. “Queremos fazer parte dos momentos de celebração dos nossos consumidores, sempre com moderação”, diz Bernardo Paiva, presidente da Ambev. “Não temos interesse no lucro que vem do consumo indevido.” A meta da companhia é investir pelo menos US$ 1 bilhão em campanhas de conscientização dos consumidores nos próximos nove anos.
Biocombustível
Vem aí o etanol de soja
No mês passado, a Caramuru Alimentos, a maior empresa de processamento de grãos de capital nacional do País, com faturamento de R$ 4 bilhões em 2016, anunciou a ampliação de seu complexo industrial para processar soja em Sorriso (MT). Vai investir R$ 115 milhões, mas não será para produzir mais farelo, óleo e proteína concentrada. A empresa vai transformar soja em etanol, uma decisão pioneira no País. A unidade terá capacidade anual para 6,8 milhões de litros do biocombustível. Além disso, também serão produzidos energia elétrica e biodiesel.
Frigorífico
A vez do jacaré
Com um investimento de R$ 35 milhões, no mês passado foi inaugurado o frigorífico Caimasul, em Corumbá (MS), destinado a abater jacaré certificado pelo Serviço de Inspeção Federal. Com capacidade para até 600 jacarés por dia, o empreendimento da família do empresário Raul do Amaral é o maior do mundo para abate de animais criados em cativeiro. O grupo atua na recria e engorda em uma fazenda própria, com capacidade para 80 mil animais no sistema. Do jacaré é aproveitada a carne, em 11 diferentes corte, além do couro e de subprodutos para artesanato.
Leite
Lala versus CCPR
A indústria láctea ferveu no final do mês passado, em uma intensa disputa por ativos entre a Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) e a mexicana Lala. Embora os mexicanos tenham comprado a Vigor por R$ 5,7 bilhões da família Batista, donos da holding J&F, em julho, eles não levarão toda a empresa. No mês passado, a CCPR exerceu o seu direito e retomou 50% das ações da Itambé. A cooperativa havia vendido essa fatia da empresa para a Vigor em 2013, por R$ 410 milhões. Em 2016, a Itambé faturou R$ 3,2 bilhões, com meta de crescer 15% neste ano.
Energia renovável
Internacional
Parceria nos trinques
No mês passado, o Brasil e o Irã acertaram um acordo para a criação de um Comitê Consultivo Agrícola ainda neste ano. Levando em conta a União Europeia como bloco importador, o Irã é o quinto maior comprador de produtos agrícolas do Brasil. No ano passado foram 7,4 milhões de toneladas, por US$ 2,1 bilhões, em produtos como carnes, soja, sucos, rações, cereais, café e fumo.
Saúde animal
Concorrência ampliada
A argentina de saúde animal Tecnovax, que detém 24% do mercado de biológicos daquele país, está desembarcando no Brasil com uma carteira de 12 produtos, como vacinas para doenças respiratórias e antibacterianos, além de uma linha reprodutiva. A meta é chegar em 2020 com uma receita de US$ 3,5 milhões no País. O valor é 10% desse tipo de medicamento, mercado avaliado em US$ 108 milhões.
Análise do Mês
Após enfrentar um clima mais seco entre os meses de maio e junho, as lavouras de beterraba nas principais regiões produtoras da Rússia foram beneficiadas pela maior incidência de chuva nos meses de agosto e setembro, especialmente na província de Kursk Oblast, responsável por quase 11% da produção de beterraba no país. Dessa forma, espera-se que haja uma recuperação da produtividade agrícola na segunda metade da atual temporada, elevando a média total da safra para cerca de 43 toneladas por hectare, ante a previsão anterior de 36,8 toneladas por hectare, embora ainda abaixo do índice observado em 2016/2017, de 46,3 toneladas por hectare.
Tomando como base a mesma área cultivada, que cresceu 7,1% de uma temporada para outra, indo para 1,2 milhão de hectares, espera-se que a Rússia produza 6,135 milhões de toneladas de açúcar em 2017/2018, ligeiramente superior as 6,127 milhões de toneladas produzidas na temporada anterior. Um levantamento parcial da safra, feito pela Datagro Consultoria, indica que até o dia 13 de setembro, 20,5% da área cultivada, ou 245,9 mil hectares, haviam sido colhidos, contra 203,4 mil hectares há um ano. Contudo, o rendimento agrícola caiu 4,0%, para 41,8 toneladas por hectares.