21/11/2017 - 14:35
O Ministério do Trabalho e o Supremo Tribunal Federal estão em pé de guerra por causa da portaria 1.129/2017, publicada no dia 16 de outubro. Ela é mais uma tentativa de deixar claro a definição do que é trabalho escravo no País. Mas não agradou produtores, justiça e entidades, como a Organização Internacional do Trabalho. Em questões relativas às condições de trabalho, o agronegócio sempre foi alvo de ataques de movimentos sociais. Às vezes com razão, e outras, sem. Por isso, já há setores do agro se posicionando de que é preciso separar o joio do trigo. De um lado, ainda há casos de abuso de leis. De outro lado, produtores que seguem as normativas reclamam de abuso de poder dos fiscais.
Leite
Pressão no Uruguai
Não é de hoje que os produtores de leite do Brasil fazem uma denúncia grave contra o Uruguai: o país vende leite em pó como se fosse próprio, mas de fato é de outros mercados, como Nova Zelândia e Argentina. Com isso, o produto chega ao Brasil, inundando o mercado local. Produtores e laticínios nunca tinham sido ouvidos. Isso, até o mês passado, quando o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, suspendeu as importações. O caso chegou aos ouvidos do presidente Michel Temer, com um telefonema do presidente uruguaio, Tabaré Vásquez, se queixando. O Uruguai pode entrar na OMC contra o Brasil. Até o fechamento desta edição da revista, o ministro dizia não voltar atrás, até que se esclareça a origem do leite.
Biocombustíveis
Trump insustentável
Desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, no início do ano passado, os produtores de biocombustíveis têm visto o governo se mover contra o setor, privilegiando o petróleo. Até a sua posse, era meta do país aumentar todos dos anos a mistura de etanol e biodiesel nos combustíveis minerais. No mês passado, a Agência Americana de Proteção Ambiental anunciou que não mexerá nos Volumes Obrigatórios Renováveis (RVOs, em inglês) de 2017. Eles serão válidos para 2018. De etanol, o volume será de 56,7 bilhões de litros e de biodiesel, de 7,9 bilhões. Com uma ressalva: em 2019, o RVO para a cana-de-açúcar será reduzido ainda mais, o que afeta as exportações brasileiras ao país. Hoje, esse etanol entra junto com o produto extraído do milho.
Lide
Uma tropa de elite
Cerca de 300 empresários participaram do 6ºFórum Nacional de Agronegócios, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais, entidade que tem como presidente o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. O evento, no dia 30 de setembro, teve como tema a sucessão nas empresas do setor. “As profundas mudanças tecnológicas e de gestão do agronegócio exigem uma renovação total das empresas”, disse Rodrigues. Shiro Nishimura, presidente do conselho de administração da Jacto, uma das empresas de ponta em máquinas e equipamentos, contou em detalhes como foi o processo sucessório do negócio fundado por seu pai. “Não foi fácil e muitas vezes houve ranger de dentes no processo, mas fizemos o que era necessário.”
Sindicalismo
Movimento de diáspora
Os sindicatos de trabalhadores ligados ao agronegócio estão perdendo seus filiados. É o que mostra o primeiro módulo temático de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicada no mês passado. Entre os anos de 2012 e 2016, o total de sindicalizados passou de 17,91 milhões de trabalhadores para 16,87 milhões, queda de 5,6%. No agronegócio, hoje são 2,5 mil sindicalizados, 15,1% do total. No período de diáspora, 353,2 mil filiados deixaram os sindicatos ligados à agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.