Gado de Leite

Nos dias atuais, questões de sustentabilidade e meio-ambiente são as que mais pressionam a produção de alimentos e a agroindústria. Cada vez mais, é preciso produzir mais alimentos no menor espaço possível. Sob esse foco, a Agrindus, de Descalvado (SP), com a produção de 40 mil litros de leite por hectare ao ano, é um exemplo de eficiência. Em relação ao País, está a anos luz de distância: a média nacional é de 600 litros por hectare ano. Foi pelo desempenho na atividade que a Agrindus se tornou a campeã na categoria Gado de Leite do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2017. “Quando somos mais eficientes por área, usamos menos recursos como terra e água, e contribuímos para o ambiente”, diz Roberto Jank Junior, diretor da empresa, ao lado do pai Roberto Jank e do irmão Jorge.

A Agrindus tem um rebanho de 3,5 mil fêmeas holandesas, das quais 1,5 mil em produção. A média é de 58 mil litros de leite por dia, parte dele processado em um laticínio próprio com a marca Letti.

Para se manter na vanguarda da produção, uma das características da empresa está em se antecipar às demandas e inovar. No passado, ela foi uma das pioneiras no uso de ordenhadeira mecânica e de inseminação artificial. E segue antecipando-se às tecnologias. Neste ano, a Agrindus passou a genotipar as bezerras nascidas, um total de 1,1 mil animais. “Não podemos perder nenhum grande potencial genético que possamos identificar”, afirma Jank Junior. Além de contribuir para a seleção de animais mais produtivos, a análise de DNA permite identificar outras características. Entre elas está, por exemplo, um rebanho que produza leite funcional com características nutracêuticas, uma tendência mundial.


Outro exemplo é a integração de dois sistemas de criação de gado estabulado: em baias individuais (freestall) e soltos em um galpão bem ventilado, o chamado compost bar. Isso não é usual, já que o produtor, normalmente, opta pelo modelo que mais se adapta ao seu projeto. “Usamos o compost nos momentos de pré e pós parto, quando as vacas mais precisam de conforto”, diz o produtor. E mais. No bezerreiro, cada um deles toma oito litros de leite ao dia, o dobro do usual nas fazendas. A prática permite que o animal se torne uma matriz mais produtiva. “A bezerra é a nossa garantia de futuro e deve ser bem criada”, diz ele. Além disso, a Agrindus passou a criar as bezerras em duplas, ante ao sistema individual tradicional. “Com a convivência elas ficam mais inteligentes, pois aprendem com o comportamento do outro, e também ganham imunidade”, diz Jank Junior, de olho em diminuir eventuais gastos com a saúde dos animais.