15/02/2018 - 12:20
Leilões
No dia 22 de abril, o leiloeiro Maurício Tonhá, dono da Estância Bahia, leiloeira de Água Boa, no município de Mato Grosso, correu de um lado para o outro o dia todo, recebendo produtores e compradores de gado em seu recinto de leilões. Desde 2001, essa é uma das datas mais importantes de sua agenda. Tonhá estava envolvido em mais um Mega Leilão, evento criado por ele para comemorar, na época, os 10 anos de sua empresa e que ele decidiu repetir daí para a frente. Em abril, aconteceu o Mega Leilão 10.017, em uma referência ao ano e à quantidade de animais à venda. Os números são sempre superlativos nesses momentos. Na primeira edição, a ideia era vender 10.001 animais, mas a conta foi de 12.861. Em 2012, por exemplo, foram 40.941 animais.
Desde que foi criada, a grife Mega Leilões já fez a intermediação de cerca um milhão de bovinos comerciais, entre bezerros e gado magro. “Na pecuária, é preciso foco na produção, sem diminuir a produtividade”, afirma Tonhá. Mas o trabalho do empresário não acontece somente nesse dia. A Estância Bahia promove, por ano, cerca de 150 leilões regulares para vender gado geral e de seleção. Somente de touros, a média das últimas safras tem sido de 10 mil animais por ciclo. Pela sua trajetória no setor, Maurício Tonhá é o homenageado como personalidade na categoria Leilões no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2017. O empresário, que se dedica aos leilões de gado desde 1991, é hoje dono de uma das maiores empresas do País.
A estimativa do Sindicato Nacional dos Leiloeiros Rurais é a de que 120 leiloeiras atuam no País. Para Nilson Genovezzi, presidente da entidade e leiloeiro há 35 anos, o setor tem desafios nos dias atuais, porque a tecnologia online, em sites e até em ferramentas como o WhatsApp, estão levando a uma informalização na realização de eventos. “Essas ferramentas são uma realidade”, afirma Genovesi. ”Mas leilão precisa de credibilidade e de ética, elementos que dão segurança ao produtor rural”.
Para Tonhá, os desafios do setor não são pequenos. Além de questões de modelo, esse é um universo atrelado à saúde financeira do País. Para que esse círculo não se rompa, a rentabilidade precisa ocorrer para toda a cadeia pecuária e os leilões rurais são parte dela. “O pecuarista, dentro do seu negócio, precisa manter o foco na produção, adequando custos, sem diminuir a produtividade”, afirma Tonhá. “Nós, como empresas leiloeiras, precisamos viabilizar eventos que tenham liquidez, atratividade e rentabilidade para o pecuarista.”