21/02/2018 - 12:12
Óleos vegetais
Enquanto a população mundial precisar se alimentar, haverá demanda para a produção de farelos. Em especial, de soja. A demanda global por oleaginosas é crescente, e ainda se beneficia dos ganhos de produtividade dos agricultores, que conseguem, a cada ano que passa, colher mais por hectare plantado. Segundo Daniel Furlan Amaral, economista da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em apresentação em São Paulo, no fim de outubro, a soja tem respondido à necessidade global de proteínas vegetais de boa qualidade para a produção de rações. Com isso, o mercado de farelo de soja acompanha a produção de carnes. No ciclo 2009 e 2010, a safra total de farelos, incluindo canola, girassol, algodão e outros, além da soja, atingiu 250 milhões de toneladas. Já na safra 2016 e 2017, esse número se aproxima dos 350 milhões de toneladas, sendo que quase 250 milhões são apenas soja. Existe uma expansão de uso da oleaginosa para biodiesel, mas o setor ainda está completamente atrelado ao consumo humano e industrial.
Para o Brasil, essa demanda tem um impacto especial. No início da década de 1990, a produção de soja atingia 20 milhões de toneladas. Na última safra, de 2016/2017, a produção chegou a 120 milhões, praticamente metade do total mundial. Para a próxima colheita, é esperada uma queda, para 108,5 milhões de toneladas. Desse total, 65 milhões de toneladas deverão ser exportadas. E nada menos que 13 milhões de toneladas de óleo de soja deverão ser vendidas para o exterior em forma de matéria-prima. Nesse contexto, a multinacional americana Bunge, comandada no Brasil pelo argentino Raul Padilla, soube aproveitar melhor as oportunidades. A companhia é a campeã do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2017 no setor Óleos Vegetais. A empresa é dona de marcas como Soya, Salada, Cyclus e Primor. A Soya é o carro-chefe da companhia nessa categoria e é a marca mais vendida do País. “Em 2017, o segmento de óleos vegetais teve um papel fundamental em nossa estratégia de presença nos pontos de vendas e nos mantivemos líderes em market share da categoria, o que se repete há mais de 12 anos”, afirmou Francisco Ganzer, vice-presidente de alimentos e ingredientes da Bunge. “A empresa é líder nacional e global em óleos vegetais e está presente em 80% dos lares brasileiros.”
Essa posição estratégica tem relação com o trabalho desenvolvido por décadas. Em 2018, a Bunge vai comemorar 200 anos de história, sendo que atua no Brasil há 112 anos. “Nossa estratégia de distribuição tem sido coerente, e posiciona a Bunge como a principal fornecedora das maiores redes de supermercados”, diz ele. “Esse é um mercado que exige agilidade na tomada de decisão. Estabelecemos boas parcerias, com a proposta de levar aos clientes produtos de alta qualidade, mas, também, oferecer a inteligência necessária para contribuir na definição dos melhores momentos para reposição dos estoques.” Como forma de ganhar eficiência operacional e acompanhar as tendências de mercado, como o interesse por produtos mais saudáveis, convenientes e que trazem experiência sensorial. Um dos projetos recentes com esse objetivo, realizado na produção de óleo, foi o desenvolvimento de garrafas PET e tampas mais leves. “Nosso foco não é somente reduzir custos, mas também obter ganhos de produtividade e fazer um uso mais inteligente e sustentável de recursos”, diz o executivo.
A companhia tem um portfólio bastante abrangente. Presente em diversas categorias na cadeia de óleos, possui, além do óleo engarrafado, produtos como margarinas, maioneses e gorduras para diversas aplicações. Também atua em toda a cadeia do agronegócio, desde a aquisição de grãos até o processamento dos alimentos. Em setembro deste ano anunciou a compra de 70% da na Loders Croklaan Group, por US$ 946 milhões. A fatia pertencia à IOI Corp Berhad, empresa produtora de óleo de palma da Malásia. O negócio permite à Bunge acessar o mercado de óleos semi-especiais e especiais, que movimenta US$ 33 bilhões ao ano. Globalmente, o faturamento da Bunge caiu 1,8%, no ano passado, para US$ 42,7 bilhões, em comparação com 2015.