21/02/2018 - 13:00
A Raízen Energia, uma joint venture entre a petroleira anglo-holandesa Shell e a brasileira Cosan, do empresário Rubens Ometto, decidiu reforçar os caixa de investimentos previstos para a safra 2017/2018. O aporte, decidido em novembro, será de R$ 200 milhões. O total de investimentos previstos é cerca de R$ 2,6 bilhões. Parte dele, R$ 823 milhões, será gasto para pagar as duas usinas compradas da Tonon Bioenergia, compra realizada em julho. As unidades, localizadas em Bocaina e Brotas, têm capacidade para moer 5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra. Outro investimento será ao tratamento e renovação dos 60 mil hectares de canaviais das usinas. Também deve haver desembolsos para a manutenção preventiva e troca de máquinas agrícolas.
INSUMOS
Mercado continua aquecidos
Mais um acordo global, realizado no mês passado, mostra o movimento de concentração de empresas do setor de insumos. A americana FMC Corporation, especializada em controle de pragas e doenças de culturas agrícolas, concluiu uma troca de ativos com a também americana DuPont, uma das maiores fabricantes mundiais de produtos químicos. A Dupont assumiu o negócio de saúde e nutrição da FMC e terá de arcar com US$ 1,6 bilhão. Já a FMC ficou com a área de Proteção de Cultivos da Dupont. A venda atende os compromissos assumidos pela DuPont, junto aos órgãos regulatórios daquele país, para que fosse aprovada a sua fusão com a Dow Chemical, conglomerado de empresas de produtos químicos e plásticos.
OVOS
Rumo à África
A Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura recebeu uma carta do Ministério da Agricultura da África do Sul, em novembro, confirmando o interesse em importar do Brasil ovos in natura (líquido) e ovos processados (congelado). O País é atrativo por causa do transporte rápido, de no máximo 19 dias. O transporte dos Estados Unidos demora 31 dias. A demanda dos sul-africanos é mais uma oportunidade de negócio. Embora o Brasil exporte para cerca de 50 países e fature U$ 110 milhões, o volume corresponde a apenas 1% da produção nacional de ovos, que no ano passado foi de 39,1 bilhões de unidades, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
FRIGORÍFICO
Carne mais forte
O frigorífico paulista Better Beef, de Rancharia, começou a investir na modernização de suas instalações. O produtor e empresário Gregório Pompei Branco quer produzir mais e exportar carne para a Europa e a China. O valor investido será de R$ 84 milhões, dos quais R$ 20 milhões para elevar a capacidade de desossa, e o restante para aumentar o palntel confinado na parceira Agrope-cuária Vista Alegre, localizada no município vizinho de Presidente Bernardes. A meta é ampliar o número de animais de 12 mil para 29 mil em cinco anos. No ano passado, a receita do Better Beef foi de R$ 787 milhões.
Energia renovável
“A infraestrutura logística do país foi construída antes da explosão do agronegócio e serve apenas à antiga geografia de produção” JOÃO MARTINS, presidente da CNA
FERTILIZANTES
Yara vai para as compras
A norueguesa Yara, fabricante de fertilizantes, assinou um acordo para a aquisição da Vale Cubatão Fertilizantes, com sede em Cubatão (SP). O investimento, de US$ 255 milhões, será pago com recursos próprios. Como o contrato está sujeito à aprovação das autoridades reguladoras, o negócio deverá ser finalizado no segundo semestre de 2018. A Yara adquirirá um complexo de nitrogênio e fosfatos com uma capacidade de produção de aproximadamente 200 mil toneladas de amônia, 600 mil toneladas de nitratos e 980 mil toneladas de fertilizantes fosfatados por ano. No ano passado, o complexo comercializou 1,3 milhão de toneladas de nitrogênio e produtos fosfatados, gerando uma receita de US$ 413 milhões.
IMPORTAÇÃO
Trigo hermano
A importação de trigo, por parte dos moinhos brasileiros, deverá subir para 7 milhões de toneladas na safra 2017/2018, segundo a Abitrigo. A média é de 5,5 milhões. Isso se deve às intempéries deste ano, que prejudicaram a safra atual. Segundo estimativa da Conab, serão colhidas 4,9 milhões de toneladas de trigo no País. Já o consumo doméstico deve atingir 11,9 milhões de toneladas. A Argentina permanecerá como a maior fornecedora, vendedo 6,5 milhões de toneladas e praticamente dominando o setor.
IBGE
Menos grão na colheita
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística fez o seu primeiro levantamento para a safra de grãos e fibras 2017/2018, e anunciou os dados no mês passado. Ela não será tão boa quanto a do ciclo 2016/2017, que bateu recorde de produção, mas deve ficar entre as melhores colheitas dos últimos anos. A previsão é de 220,2 milhões de toneladas, volume 8,9% abaixo da safra anterior.
Análise do Mês
Em 2020, qual será o tamanho do mercado de etanol na China?
Na esteira do recente plano do governo da China, de expandir a mistura de 10% de etanol na gasolina em todo o país até 2020, a estatal chinesa State Develpoment & Investiment Crop (SDIC) planeja construir mais cinco usinas de etanol nos próximos cinco anos. Com isso, a SDIC deve ampliar a produção do combustível no país de 3,5 bilhões de litros para até 9,5 bilhões de litros por ano. Ainda assim, a China terá que fazer mais, caso não queira depender de importações.
Hoje, o país asiático consome cerca de 140 bilhões de litros de gasolina, e conforme projeção da Datagro, o consumo tem potencial para alcançar 160 bilhões de litros em 2020. Uma vez que a mistura de 10% de etanol já esteja em vigor, o déficit deve atingir cerca de 7 bilhões de litros. Mas, o governo chinês está confiante em suprir o mercado com a operação das primeiras unidades de etanol celulósico.
Enquanto isso, a China deverá enfrentar um cenário menos confortável com a oferta de milho. Devido à retração do plantio, a produção de milho deve cair de 219,6 milhões de toneladas, obtidas na safra 2016/2017, para 210,1 milhões no ciclo seguinte. Isso gerará um déficit de 5,5 milhões de toneladas, em relação à demanda doméstica.