10/04/2018 - 10:00
No início de fevereiro, uma ordem judicial de embargo de uma carga de 25 mil bois vivos, destinados à Turquia, a partir do porto de Santos (SP), fez com que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, recorresse ao Judiciário para que os animais fossem liberados rapidamente. O caso levou também a um manifesto inédito de um grupo de 14 pesquisadores brasileiros, especialistas em bem-estar animal. O movimento, que continua, é liderado pelo professor Mateus Paranhos, da Unesp, campus de Jaboticabal, coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisa em Etologia e Ecologia Animal (Grupo Etco). Em 2017, o Brasil exportou 407,4 mil bovinos, 39,2% acima do ano anterior. A renda foi de US$ 276 milhões. De acordo com o manifesto, as condições de bem-estar animal para os exportadores, de fato, não são adequadas, o que pode provocar novas manifestações no futuro. O documento tem como base a perícia judicial que mostra inconformidades em relação às recomendações da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), da qual o Brasil é signatário. Os pesquisadores pedem ao Ministério da Agricultura que defina regulamentações claras e detalhadas sobre o bem-estar dos animais de produção em diferentes cenários, incluindo o transporte terrestre, fluvial e marítimo. Para eles, os poucos regulamentos técnicos sobre o tema, na sua grande maioria, são vagos, imprecisos e incompletos, não oferecendo indicadores objetivos que permitam a avaliação das condições de bem-estar animal de forma ampla e precisa. No fim de fevereiro, o governo já admitia que poderá rever as suas normas para exportação.
Embrapa
Prêmio internacional
O pesquisador da Embrapa, Elíbio Rech, da unidade Recursos Genéticos e Biotecnologia, está de malas prontas para os Estados Unidos. No dia 25 de abril, ele recebe um prêmio do Consórcio Federal de Laboratórios (FCL, na sigla em inglês), que congrega 300 laboratórios americanos de ensino e pesquisa, entre eles o do Departamento de Agricultura do país (Usda). Rech foi reconhecido por seu trabalho com soja geneticamente modificada, que traz uma proteína eficaz no combate à Aids, a cianovirina. Estudos posteriores à sua descoberta, nos Estados Unidos, já comprovaram que ela pode ser produzida em larga escala, em ambiente controlado.
Cerrado
Mais uma bandeira hasteada
Já somam 61 os signatários que se comprometem a apoiar o Manifesto do Cerrado, documento que pede medidas de proteção desse bioma de 204 milhões de hectares, assim como já ocorre para outras áreas, como o bioma da Amazônia. O manifesto, criado em setembro do ano passado por entidades ambientalisas como WWF, TNC, Greenpeace, Ipam e Imaflora, já conta com 23 empresas globais para defender a causa. Entre elas estão a Unilever, o Walmart, o Casino Group, a Tesco, a Mondelez e o McDonald’s. Para os signatários, o Brasil deve produzir grãos, como soja e milho, em áreas já abertas pela pecuária, e não mais abrir um único hectare de Cerrado.
Agroquímicos
De cara nova
Roberto Hun, presidente da Corteva Agroscience no Brasil, nome da empresa que nasceu da fusão das americanas Dow e DuPont, vem cumprindo uma agenda cheia para mostrar ao mercado como as empresas estão se movendo rumo à fusão total das companhias de sementes e biotecnologias. A empresa tem um capital global estimado em US$ 130 bilhões. No mês passado, em Cascavel (PR), coube a Hun o anúncio mundial da nova marca de sementes. “O anúncio foi no Brasil, pela sua importância”, disse ele. “O País é âncora de mercado.”