10/04/2018 - 12:25
Foi quase um ano de expectativa, mas o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu parecer favorável à aquisição da americana Monsanto pela alemã Bayer no Brasil, no mês passado. Anunciado em 2016, o negócio está avaliado em US$ 66 bilhões. O Brasil é o 15º país, entre 29, a aprovar a transação entre as duas gigantes dos setores agrícola e químico. As receitas globais somadas das duas multinacionais são de US$ 25,8 bilhões.
MARFRIG
De olho nos pratos prontos
Uma das principais companhias de proteína animal do mundo, com faturamento de R$ 19,3 bilhões em 2016, a Marfrig Global Foods passará a produzir molhos prontos para carne e produtos à base de arroz em latas e stand-up pouches (embalagem plástica flexível) por meio da linha Bassi. Os produtos serão fabricados na unidade gaúcha de Pampeano, onde foram investidos R$ 4 milhões em modernização. Com o negócio, a empresa pretende aumentar a receita da operação de industrializados em R$ 40 milhões por ano, comercializando 1,2 mil toneladas de arroz processado, mesmo volume para molhos prontos. Além do mercado nacional, as vendas ocorrerão para a Europa, América do Norte e Caribe.
ETANOL DE MILHO
FS Bioenergia investe em segunda usina
O investimento na primeira usina de etanol a partir de milho parece ter sido um tiro certeiro para a brasileira FS Bioenergia, joint venture entre a Fiagril Participações e a americana Summit Agricultural Group. Não por acaso, irá construir a sua segunda usina em Mato Grosso, no município de Sorriso. Com investimento de R$ 1 bilhão, a produção prevista será de 680 milhões de litros de etanol, 500 mil toneladas de farelo de milho e 20 mil toneladas de óleo de milho por ano. Somando com o processamento da primeira usina, em Lucas do Rio Verde, a FS Bioenergia terá capacidade de produção de 1,2 bilhão de litros de etanol, 900 mil toneladas de farelo de milho e 35 mil toneladas de óleo de milho por ano.
NUTRIÇÃO ANIMAL
Nova empresa da JBS
A brasileira JBS, uma das líderes globais de alimentos, investiu cerca de R$ 40 milhões para criar uma nova empresa, a JBS Feed Solutions, que fará parte da JBS Novos Negócios. O plano é fabricar ingredientes para nutrição animal de alto valor agregado ao transformar coprodutos da cadeia produtiva de proteína animal em plasma e hemácias em pó. O objetivo do projeto é gerar valor de forma sustentável. A fábrica de processamento fica em Campo Grande (MS) e produzirá ingredientes para as unidades de rações para aves e suínos da JBS, atendendo toda a demanda da empresa. A indústria terá capacidade para produzir 6,6 mil toneladas de hemácias em pó e 2,4 mil toneladas de plasma em pó por ano.
POSSE NA FPA
IRRIGAÇÃO
Netafim é vendida à Mexichem
No mês passado, a Netafim, multinacional israelense de irrigação, vendeu 80% de seu capital para a Mexichem, mexicana especializada em tubulações de plástico, produtos químicos e petroquímicos. O valor do negócio é de US$ 1,9 bilhão. Os 20% restantes da empresa continuam nas mãos do israelense Kibbutz Hatzerim, que fundou a companhia em 1965. Atualmente, a Netafim comercializa seus produtos em cerca de 100 países em todos os continentes.
DSM
Vendas globais sobem
A holandesa DSM, multinacional especializada em soluções nas áreas de saúde, nutrição e materiais, teve motivo para comemorar em 2017. No ano, obteve E 8,6 bilhões em vendas globais. Comparado ao período anterior, o aumento foi de 9%. As duas divisões mais importantes de negócios, nutrição e materiais, registraram vendas globais de E 5,6 bilhões e E 2,8 bilhões, respectivamente. Além disso, O lucro operacional foi de E 1,4 bilhão, um crescimento de 15%.
CRÉDITO RURAL
Desembolsos em alta
Entre julho de 2017 e janeiro deste ano, uma forte demanda por recursos para comercialização e investimentos impulsionou desembolsos de crédito rural. Foram os juros mais baixos no País que incentivaram a procura. Produtores, cooperativas e empresas do agronegócio tomaram R$ 99,7 bilhões junto aos bancos, crescimento de 12,6% ante o mesmo período do ciclo anterior. Foram R$ 57 bilhões para custeio, R$ 22,7 bilhões para investimentos e R$ 20 bilhões para comercialização.
Análise do Mês
Após um breve esforço para consolidar ganhos no final de 2017, o açúcar entrou em uma espiral de baixa desde o início deste ano, resultando em uma das piores performances entre as soft commodities em 2018, com queda de 196 pontos ou de 12,8%. A virada de tom aconteceu quando não restavam mais dúvidas quanto ao peso das perspectivas de superávit no balanço mundial. Sobretudo com a Índia e a Tailândia produzindo mais açúcar do que suas posições de venda diante da falta de forças do mercado em interromper novas altas no começo do ano, após a expectativa frustrada de que os fundos indexados voltariam a comprar no mercado.
Os principais produtores mundiais devem apresentar melhor desempenho. Segundo estimativa da Datagro, a produção de açúcar na Índia deve subir de 25,3 milhões de toneladas para 26,4 milhões de toneladas. Na Tailândia, vai passar de 10,3 milhões de toneladas para 12,1 milhões de toneladas. Os Estados Unidos, a Ucrânia e o Egito também devem aumentar a produção. Assim, o superávit mundial de 2017/2018 (outubro/setembro) deve passar de 2 milhões de toneladas de açúcar para 3,7 milhões de toneladas, o que deve elevar a relação estoque e consumo de 40,8% no final de 2016/2017 para 42,2% em 30 de setembro de 2018.