08/10/2018 - 11:00
Imagine como seria organizar uma frota de 98,2 milhões de veículos entre carros de passeio, ônibus, caminhões e motocicletas numa malha de 1,7 milhão de quilômetros de rodovias. Some ainda um total de 89,3 mil acidentes em rodovias federais no ano passado. Os números mostram que não é nada fácil circular pelo País, especialmente levando uma carga de 1,6 bilhão de toneladas de alimentos. “O que queremos é nos mover de um lado para o outro, de preferência com mais facilidade e custos reduzidos”, diz Laércio Cosentino, presidente da Totvs, maior empresa brasileira de software. “Para ajudar nessa caminhada, inúmeras tecnologias despontam todos os dias.”
A paulistana Totvs é uma das empresas que estão à frente de tecnologias como aplicativos e sistemas digitais de inteligência artificial para a gestão de frotas. Essas inovações são a bola da vez para desembaraçar os nós da logística do transporte de cargas no País. “A grande maioria dos produtos agrícolas são commodities, desta forma os ganhos do produtor virão através da gestão eficiente dos custos no processo produtivo”, afirma Angela Telles, diretora de manufatura e logística da Totvs. Além da companhia, outras desenvolvedoras estão na mesma corrida tecnológica para fazer fluir o escoamento da produção rural brasileira, como a catarinense Sênior, a alemã SAP e a americana Accenture. Para a Totvs, por exemplo, trata-se de um nicho importante de negócios. No ano passado, o segmento de distribuição e logística respondeu por R$ 287,3 milhões, o que representa 12,9% sobre o faturamento da empresa de R$ 2,2 bilhões, em 2017.
Entre as principais soluções da empresa estão os serviços de rastreabilidade de produtos, controle de abastecimento de combustível de veículos e planejamento sobre a distribuição de insumos para a produção no campo. Recentemente, o programa passou a monitorar o desempenho individual de cada caminhão. O sistema mede informações importantes sobre o estado do caminhão como nível de óleo, água e fluido de freio. “Na agroindústria, as maiores empresas do setor sucroenergético utilizam nossas soluções”, diz Angela. “Em números temos o controle de mais de 60% da cana-de-açúcar processada no Brasil”. Isso representou um monitoramento de 384,6 milhões de toneladas no ano passado.