30/06/2021 - 11:14
A CPI da Covid aprovou na manhã desta quarta-feira (30) a convocação do líder do governo e deputado federal, Ricardo Barros (Progressistas-PR), apontado como suspeito de participar das negociações do contrato da vacina indiana Covaxin. Os senadores também deram aval a convocação do ex-diretor Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias e de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply e afirmou ter recebido Ferreira Dias pedido de propina de US$ 1 para cada dose da vacina AstraZeneca adquirida pelo governo Bolsonaro, conforme disse ao jornal Folha de S. Paulo.
Após cobrança do líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PE), Aziz marcou para a próxima quinta-feira (8) a oitiva de Barros. Na quarta-feira (7) será a vez de Ferreira Dias. Já Luiz Pereira terá de comparecer à comissão nesta sexta-feira (2).
Ferreira Dias foi exonerado nesta quarta-feira pelo governo. A demissão acontece quatro dias após os depoimentos à CPI da Covid do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Os dois disseram que há indícios de corrupção no contrato fechado pelo governo na compra da vacina indianda Covaxin.
A CPI também aprovou a quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Ferreira Dias. Além disso, pediu informações ao Brasília Shopping e ao restaurante Vasto, onde teria ocorrido a reunião entre Luiz Pereira e o ex-diretor do Ministério da Saúde.
A realização de uma oitiva secreta para ouvir o deputado Luis Miranda também foi chancelada pela CPI. O depoimento deve ocorrer na próxima terça-feira (6). Os senadores ainda pediram informações ao Ministério da Saúde sobre os acessos aos sistemas da pasta pelo servidor Luis Ricardo Miranda, irmão do Luis Miranda. Neste domingo, o deputado afirmou que o Ministério da Saúde bloqueou o acesso do servidor ao sistema do ministério. Os senadores ainda aprovaram a convocação de Marcelo Bento Pires, ex-funcionário do Ministério da Saúde também apontado como responsável por pressionar no negócio da Covaxin.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou aos senadores da CPI da Covid que o governo decidiu exonerar o diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, para “facilitar toda a apuração” que estaria sendo feita pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Ao falar sobre a exoneração, o governista Bezerra afirmou que a Astrazeneca já teria “desmentido” a representação pela Davati. “Governo não coaduna com qualquer tipo de irregularidade, exonerou para justamente facilitar toda a apuração que está sendo feita pela CGU”, disse.