29/01/2019 - 12:37
Top 100 Dinheiro Rural – Bioenergia
Fabio Venturelli
Um dos mais premiados e reconhecidos executivos do agronegócio brasileiro, Fabio Venturelli comanda o grupo São Matinho, um complexo de quatro usinas, com capacidade para processar 24 milhões de toneladas por ano e que engloba a usina São Martinho, maior processadora de cana do mundo. Além disso, possui uma unidade de ácido ribonucleico. Formado em engenharia de produção, Venturelli levou o grupo a uma receita que supera os R$ 3,5 bilhões.
Jacyr Costa Filho
Ele conduziu um investimento de cerca de R$ 800 milhões na última safra e prevê para os próximos anos um crescimento orgânico na produção de etanol e de açúcar das sete usinas que a francesa Tereos possui no Brasil, além de ganhos de produtividade gerados a partir do uso de novas tecnologias e variedades. Mas ele não descarta aquisições para um futuro breve, principalmente com a chegada do RenovaBio que, segundo Jacyr Costa Filho, será responsável por elevar de 29 bilhões para 50 bilhões de litros a produção de etanol nos próximos nove anos.
Marino Franz fez o que poucos imaginavam ser possível e necessário no Brasil. Ele é o sócio-fundador da FS Bioenergia, a primeira usina exclusiva de etanol de milho do Brasil, instalada em Lucas do Rio Verde (MT). Um ano após sua inauguração, em 2017, ela já está sendo duplicada. Não fosse suficiente, o empresário iniciou neste ano a construção de uma segunda unidade, dessa vez em Sorriso (MT). Entre 2018 e 2020 serão investidos cerca de R$ 1,5 bilhão. A FS Bioenergia é uma joint venture entre a Fiagril Participações, da qual Marino é presidente do conselho, e a americana Summit Agricultural Group.
Rubens Ometto
Um das personalidades mais influentes dos setores de açúcar, etanol, logística e energia, Rubens Ometto tem se dedicado nos últimos anos a um novo ramo de atividade, a tecnologia. Dentro do Parque Tecnológico de Piracicaba ele criou o Pulse, um hub de inovação com foco em startups voltadas ao agronegócio, as agtechs. Prestes a completar um ano, o Pulse já possui um mapeamento de mais de 400 startups voltadas para o setor, com 11 pilotos em andamento. As inovações desenvolvidas e os modelos de negócios das novas empresas estão sendo testadas, simplesmente, dentro da própria Raízen.
As 25 maiores cooperativas agrícolas do País estão faturando R$ 107 bilhões, por ano, e são as líderes da produção de alimentos de maior valor agregado
Antônio Chavaglia
Antônio Chavaglia, presidente da Comigo, tem preparado as novas gerações de cooperados para assumir os negócios da família, oferecendo visão estratégica e técnicas de gestão. Pouco mais de 40% dos cooperados da Comigo têm mais de 60 anos e devem estar aposentados em menos de uma década. Apenas 10% têm menos de 35 anos. A missão de Chavaglia é introduzir na mente desses jovens a doutrina cooperativista, na qual solucionar os desafios sociais e econômicos da comunidade é uma tarefa coletiva.
Arnaldo Bortoletto
Completando 70 anos em 2018, a Coplacana reúne 11 mil cooperados e tem uma estrutura com 23 filiais, fábrica de rações, central de recebimento de embalagens vazias, entre outros. Há seis anos na presidência, Arnaldo Antônio Bortoletto se aproximou das agtechs. Já investiu em uma que utiliza a fotônica para analisar folhas e fertilidade do solo e outra que monitora o gado, enquanto se alimenta, para saber o melhor momento de venda. E ele quer mais.
Carlos Alberto Paulino da Costa
Ele representa 14 mil cooperados, 95% pequenos produtores de café em 200 municípios do Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo (SP). Carlos Alberto Paulino da Costa conduziu a industrialização da Cooxupé, que distribuiu R$ 30 milhões aos cooperados em 2017. Ela é a dona da marca Prima Qualità, eleita em 2018 uma das três melhores em café gourmet pela Abic.
Frans Borg
O empenho de Frans Borg, presidente da Castrolanda, manteve o otimismo dos cooperados durante a greve dos caminhoneiros deste ano. Agora, ele e sua equipe levantaram no BNDES um financiamento de R$ 125 milhões para construir uma fábrica de leite em pó, anexa à unidade existente. Lição de superação da cidade de Castro (PR), considerada a capital nacional do leite.
Irineu da Costa Rodrigues
Desde 1991 à frente da Cooperativa Agroindustrial LAR, Irineu da Costa Rodrigues industrializou a cooperativa, hoje entre as três maiores do Paraná, com nove mil associados. Sua estrutura vai do recebimento de grãos à industrialização de soja e proteína animal, até chegar a uma rede própria de supermercados.
“Se você pensa no curto prazo, pensa no seu próprio umbigo. Mas se pensa no futuro, passa a enxergar uma coisa diferente” Frans Borg, presidente da Castrolanda
José Aroldo Gallassini, presidente da Coamo, é um dos nomes mais tradicionais do cooperativismo brasileiro. Mas isso não significa estagnação. Ele lançou, neste ano, o “Coamo Frete”, aplicativo que informa caminhoneiros da disponibilidade de cargas. A Coamo foi eleita a melhor cooperativa do Brasil na edição 2017 de “As Melhores da Dinheiro Rural”.
Ele lidera a Cocamar, que tem a maior equipe de sistemas integrados do Brasil. São mais de 100 técnicos, 25 deles especialistas na Integração Lavoura Pecuária-Floresta (ILPF). A meta é usar o sistema de integração nas áreas arenosas e pobres de nutrientes para obter uma produtividade igual à de algumas “ilhas” mais férteis na região coberta pela cooperativa.
Tradicionalmente conhecida por seus produtos à base de frango, suínos e lácteos, a Cooperativa Central Aurora decidiu entrar em uma nova categoria de proteína animal: tilápias. Para Mario Lanznaster, presidente da Aurora, a nova atividade tem forte correlação com a suinocultura, avicultura, pecuária leiteira e produção de grãos, já desenvolvidos pelos cooperados.
Em 2017, sete países árabes compraram US$ 68 milhões em produtos da Copacol, representando 21% do total das exportações da cooperativa. O valor e a participação dessas vendas tendem a crescer. Neste ano, Valter Pital inaugurou, em Dubai, o primeiro escritório comercial internacional da cooperativa. A meta é dobrar as exportações nos próximos anos.
Uma representatividade de peso no campo leva a bons negócios no comércio internacional. Não por acaso, as exportações do setor não pararam de crescer na última década
Se a abertura do mercado americano para a carne in natura brasileira foi motivo de comemoração para a indústria em 2017, neste ano a agregação de valor esteve em pauta. O representante das indústrias exportadoras do País, Antônio Jorge Camardelli, comemorou a primeira exportação de carne resfriada para Israel com um churrasco tipicamente brasileiro em Tel Aviv. Os israelenses já são clientes tradicionais da carne congelada e da industrializada e agora começam a se interessar também por cortes resfriados, historicamente mais valorizados no mercado internacional.
Ele já foi executivo de fabricantes de silos, comandou as finanças de multinacionais de máquinas agrícolas, conduziu a entrada na bolsa de uma das primeiras empresas de commodities agrícolas do Brasil. Agora, como presidente da Abrapa, seu trabalho se divide entre os corredores de Brasília, abertura de mercados para algodão e, claro, visitas em fazendas. Neste ano, Arlindo Moura recebeu compradores da Indonésia, Turquia, Bangladesh, Vietnã, China, Colômbia, entre outros. Como resultado, o Brasil está cada vez mais perto de se tornar o segundo maior exportador da fibra no mundo, já na safra 2018/19.
A genética zebuína tropical deu mais um passo rumo ao mercado internacional em 2018. Foi oficializado, em outubro, o protocolo que autoriza a Guatemala a importar material genético e embriões bovinos do Brasil. No comando da ABCZ, entidade que representa os criadores de zebu no País, está Arnaldo Manuel Machado Borges que busca agora a abertura do mercado da Nicarágua. Não faltam interessados na genética zebuína nacional. Em agosto, um grupo de empresários de Bangladesh esteve na ABCZ buscando comprar fêmeas de zebu para desenvolver um projeto naquele país.
Carolina Rossato comanda o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), responsável pelo setor mais importante da Expointer, em Esteio (RS), uma das mais tradicionais e importantes feiras agropecuárias da América Latina. Apesar de todas as incertezas que 2018 apresentou para o segmento, a presidente do Simers tem muito a comemorar. Com um crescimento de quase 20% sobre 2017, as vendas de máquinas e equipamentos agrícolas durante a Expointer 2018 alcançaram a marca de
R$ 2,2 bilhões.
Ele está à frente da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), entidade que representa as indústrias de defensivos agrícolas. Liderou, neste ano, a missão de tentar educar as pessoas, especialmente as do meio urbano, sobre a importância do segmento para a produção de alimentos. Eduardo Leduc usou dos meios digitais para apresentar fatos e mitos sobre os defensivos. Por meio de um site, ele conseguiu mostrar, com dados, que o Brasil não é o maior mercado consumidor de defensivos do mundo, que os produtos são seguros para a saúde e para o meio ambiente, além de outros dados sobre o setor.
Desde 2012 à frente da Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina foi reeleita neste ano para comanda a entidade até 2020. Entusiasta do RenovaBio – programa que estabelece estratégias para os biocombustíveis na matriz energética nacional – ela tem atuado para convencer o governo a não permitir que produtores possam vender etanol diretamente aos postos, sem passar pelas distribuidoras. Até o momento, não há nada definido, mas o empenho permanece.
À frente da ABPA, Francisco Turra é incansável na defesa da carne suína e de aves do Brasil junto aos principais clientes nacionais e internacionais. Turra teve um papel fundamental depois dos escândalos da Operação Carne Fraca para impedir o fechamento de mercados e reabrir aqueles que haviam interrompido os negócios com o Brasil. A última cartada nesse sentido foi o lançamento de uma campanha durante a Sial, em Paris para recuperar a imagem dos produtos junto aos clientes europeus.
Escolhido em 2017 para presidir a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins foi o primeiro eleito por unanimidade pelas federações estaduais. Atento às inovações, ele criou um comitê interno para mapear startups em dez Estados. O objetivo é simples: transformar o setor a partir de ideias inovadoras provenientes das agtechs.
Ele é um dos responsáveis por uma das melhores articulações da pecuária nacional. José Roberto Pires Weber lidera o Programa Carne Angus Certificada, que completou 15 anos e já certificou três milhões de animais, responsáveis por 100 mil toneladas de carne no mercado. Em 2017 foram 500 mil animais certificados e a meta é alcançar um milhão de bovinos até 2020.
O presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) esteve atento ao aumento do protecionismo. Luiz Carlos Corrêa Carvalho é um defensor de mais protagonismo brasileiro nas relações internacionais. Para ele, a geopolítica mundial está do lado da Ásia, que pode assumir de vez seu papel no mercado de alimentos, energia e fibras.
“Só tem medo de fome no mundo quem não conhece o Brasil” Francisco Turra, presidente da ABPA
Neste ano, Luiz Roberto Barcelos, presidente da Abrafrutas, atuou na elaboração do Plano Nacional do Desenvolvimento da Fruticultura (PNDF) e celebrou a abertura do mercado da África do Sul para a manga brasileira. O setor deve exportar históricos US$ 1 bilhão em 2018, pavimentando a meta de exportar US$ 2 bilhões daqui a dez anos.
Eleito presidente da Sociedade Rural Brasileira em 2017, Marcelo Vieira é produtor e executivo do setor, e liderou a Adecoagro no Brasil. Sua gestão, que vai até 2020, busca reduzir os custos do agronegócio com a burocracia. Neste ano, ele pleiteou mais atuação do governo para a segurança no campo, sob pena de o setor perder competitividade.
Márcio Freitas é uma das maiores lideranças cooperativistas brasileiras. Neste ano ele levou a OCB para Botsuana. O país africano tem forte vocação agropecuária e busca estimular o setor seguindo o modelo brasileiro. A comunidade de Kweneng Norte, por exemplo, fundou uma cooperativa para otimizar a produção e a venda das hortaliças da região.
Ultramaratonista premiado internacionalmente e campeão de ciclismo, Marcio Milan, atual superintendente da Abras, tem suado a camisa para fazer com que os supermercados brasileiros reduzam o desperdício de alimentos. As perdas do setor são muito grandes. Todos os anos, cerca de R$ 7 bilhões em alimentos próprios para o consumo acabam no lixo.
Abrir espaço e defender a imagem dos produtos brasileiros nos países asiáticos são as tarefas de Marcos Jank, presidente da Asia Brazil Alliance, entidade mantida pela Unica, Abiec e ABPA. No posto desde 2017, Jank quer posicionar os produtos brasileiros em cada país-chave da Ásia, com consistência, regularidade e estratégia de longo prazo.
Ele assumiu a presidência do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) neste ano e propôs uma estratégia para o setor criar mais consumidores para o produto nacional. Ló está de olho nos nascidos entre 1980 e 1990, responsáveis por 52% do poder de compra. Difícil? Talvez, mas as campanhas de Ló e a alta do dólar vêm ajudando o brasileiro a preferir o vinho nacional.
O ensino e as pesquisas revolucionaram o agronegócio ao criarem um modelo de produção para os trópicos. Disseminar o conhecimento tem sido fundamental para garantir o aumento sustentável da produtividade
O veterinário Cleber Oliveira Soares lidera a área de inovação e tecnologia da Embrapa. Neste ano, chamou a atenção para um mercado que ainda é considerado um “oceano azul”, ou seja, completamente inexplorado. Segundo ele, o consumo de proteína vegetal em níveis globais tende a crescer de forma exponencial. Ele cita como exemplo a demanda por oleaginosas como o grão de bico, que deve alcançar 30 milhões de toneladas até 2050 e ainda não tem um grande fornecedor definido.
Os títulos são: engenheiro agrônomo, mestre em economia agrária, PhD e professor titular da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo desde 1991. O legado de Décio Zylbersztajn é inquestionável no que se trata de cadeias produtivas. Fundador do Pensa, um centro de conhecimento do agronegócio, foi eleito o agrônomo do ano de 2018 pela Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo.
A Embrapa Territorial tem menos de um ano de vida mas já apresenta dados relevantes. O chefe-geral da nova unidade, Evaristo de Miranda, apresentou um estudo inédito que revela que a participação do produtor rural na preservação é maior do que se imaginava. No início do ano, agricultores, pecuaristas, silvicultores e extrativistas destinavam à preservação da vegetação nativa mais de 218 milhões de hectares. Segundo Miranda, o equivalente a R$ 3,1 trilhões.
Jiro Nishimura é um dos sete filhos do lendário Shunji Nishimura, fundador da Jacto e, desde 2010, presidente da fundação que leva o nome de seu pai. Depois de fazer da instituição um polo de tecnologia, em 2018 ele reabriu o Museu Shunji Nishimura, que retrata a inspiradora jornada do patriarca da família. A fundação ainda mantém a Fatec do município de Pompeia (SP) e tem planos de lançar uma aceleradora de startups nos moldes do Vale do Silício.
No comando do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), ele intensificou as pesquisas em tecnologias que possam dar funcionalidades aos produtos industrializados, desenvolvendo alimentos com maior qualidade nutricional. Junto com a Embrapa, o Ital lançou em 2018 um biscoito à base de feijão caupi, com altos teores de ferro e zinco.
Reitor da Esalq, que completou 117 anos e é considerada uma das cinco melhores do mundo nas ciências agrárias, Luiz Gustavo Nussio apresentou em 2018 nada menos que 13 projetos nas áreas de Relação com a Sociedade, Busca da Excelência Acadêmica e Valorização dos Recursos Humanos.
Ele presidiu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de 2012 a 2018 e em outubro passou o bastão. Deixa o comando da estatal, mas segue na vida de pesquisador dentro da própria Embrapa. Entusiasta da internet das coisas (IoT), acredita que as fazendas são um espaço nobre para o conceito, considerando a complexidade dos sistemas de produção agropecuários.
Ele é o novo presidente da Embrapa. Engenheiro agrônomo e pesquisador aposentado da própria entidade, Sebastião Barbosa tomou posse em outubro anunciando uma maior aproximação com o setor produtivo por meio de associações, cooperativas, sindicatos, federações e da Confederação Nacional de Agricultura (CNA).
“Nossa agricultura está sempre progredindo e grande parte de sua resiliência se deve à tecnologia” Evaristo de Miranda, chefe geral da Embrapa Territorial