12/11/2021 - 16:52
A delegação brasileira que está em Glasgow participando da Convenção do Clima (COP-26) enfatizou durante pronunciamento em sessão plenária que hoje é um dia crucial, com a oportunidade de mudar a direção em relação ao modo de implementação do Acordo de Paris. “Todo o Acordo de Paris”.
Os negociadores lembraram que o Brasil atualizou sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês), argumentando que a alteração serviu para refletir a urgência necessária para lidar com as mudanças climáticas. “Temos nos envolvido intensamente com nossos parceiros para construir uma solução para nosso desafio comum. O Brasil faz parte desse esforço e continua comprometido com esse regime.”
Eles salientaram que, com isso, o País também tem grandes expectativas, não só de que outras nações possam fazer o mesmo em seus compromissos de mitigação, mas também em seus compromissos financeiros. Este é um dos pontos mais enfatizados pelo chefe da comitiva brasileira no evento, o ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite.
A delegação comentou que também é preciso concluir o Livro de Regras (referência para o mercado de carbono global) se o desejo é o de que uma ação aprimorada seja realizada. “O mundo das NDCs ainda não é o mundo de 1,5 º C”, enfatizaram em referência ao teto estipulado para o aquecimento da Terra. “Precisamos de ações adicionais de uma forma que forneça os resultados que desejamos, da maneira que desejamos”, acrescentaram.
Na plenária, os negociadores também disseram que o Artigo 6 do Acordo de Paris tem um papel importante a desempenhar como complemento da ação pública. “Esperamos que cumpra o seu mandato no Acordo de Paris de uma forma transparente, inclusiva e atenta às diferentes circunstâncias nacionais”, enumeraram. “Não queremos pequenos clubes climáticos. Queremos uma grande comunidade que compartilhe nossas preocupações e vontade de seguir em frente”.
Disseram em referência ao que é considerado uma alternativa para o caso de um fracasso da criação do mercado de carbono nesta edição – as trocas de crédito de carbono poderiam ser feitas entre alguns agentes específicos.
A delegação também afirmou que o Brasil tem trabalhado para unir posições extremas para desbloquear todo o potencial das abordagens cooperativas sob o Artigo 6. “Passamos os últimos anos e meses refinando nosso entendimento e discutindo os elementos que permitiriam não apenas que diferentes preocupações fossem acomodadas, mas também para que os instrumentos previstos no Artigo 6 sejam prontamente implementados de forma a gerar confiança em todas as partes interessadas, de que são bem-vindos para contribuir nos esforços contra as mudanças climáticas de maneira confiável.”