21/01/2022 - 19:47
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu abrir uma espécie de apuração preliminar sobre declarações feitas pelo ex-ministro da Educação Abraham Weintraub sobre um dos magistrados da corte, em entrevista a um podcast publicada no domingo, 16. O ministro determinou que cópia da gravação seja juntada a uma petição que vai tramitar ligada ao inquérito das fake news.
Na entrevista concedida ao podcast Inteligência Ltda, Weintraub afirmou: “Eu vou contar um outro detalhe picante. Moro numa casa, num condomínio fechado, uma casa boa. Um juiz do STF estava procurando casa na região, dentro do condomínio. Viu a minha casa e falou: ‘Pô, casa bonita, hein? De quem é?’. Falaram: ‘Abraham Weintraub’. ‘Pergunta para ele se não quer vender para mim’. ‘Não tá à venda’. ‘Pergunta se quer vender para mim, já que ele não vai mais voltar ao Brasil’. O que acha disso? É adequado? Esse juiz me negou habeas corpus. Foi um dos 10 que me negaram habeas corpus”.
A fala se deu após Weintraub comentar que o chamam de ‘covarde’ em razão de ele ter viajado para os Estados Unidos sob a alegação de que precisava sair do Brasil para não ser preso. Horas depois de chegar àquele país, em junho de 2020, o governo soltou edição extraordinária do Diário Oficial da União (D.O.U), exonerando-o do cargo.
O ex-homem forte do governo Bolsonaro, que ficou 14 meses no cargo de ministro da Educação já havia sido incluído no inquérito das fake news por ter chamado os ministros de “vagabundos” e dizer que colocaria “todos na cadeia” durante a famosa reunião interministerial do dia 22 de abril.
O então ministro da Advocacia-Geral da União, André Mendonça – hoje o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado por Bolsonaro – entrou com habeas corpus para tirá-lo da investigação, mas os ministros da corte máxima decidiram por 9 a 1 que ele deveria permanecer na investigação.
Após pouco mais de um ano morando nos EUA, Weintraub retornou ao Brasil na semana passada. Para anunciar a volta ao País, o ex-ministro da Educação produziu um vídeo com tom eleitoral, ressaltando ataques STF e ao governador João Doria (PSDB). Ele já havia revelado antes o interesse de ser candidato ao governo paulista.