26/01/2022 - 17:14
O petróleo fechou em forte alta nesta quarta-feira, 26, impulsionada pelo apetite por risco de investidores estrangeiros durante a maior parte do dia. O acirramento das tensões geopolíticas entre Rússia e potências do Ocidente também afetou positivamente os preços, mais uma vez. Ainda no radar do mercado, os EUA divulgaram os números semanais de estoques da commodity e de produtos derivados.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para março avançou 2,04% (US$ 1,75), a US$ 87,35, enquanto o do Brent para o mês seguinte subiu 1,79% (US$ 1,56), a US$ 88,74, na Intercontinental Exchange (ICE). Menos líquido, o contrato do Brent para março atingiu hoje US$ 90 por barril, marca alcançada pela última vez em 2014.
“A demanda global constante, apesar da onda da variante Ômicron do coronavírus, e os temores de uma invasão russa na Ucrânia, juntamente com declarações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), sugerindo que eles não se desviarão de seus preços suportados pelo plano original de aumento de oferta” foram as principais razões para o bom desempenho do óleo no mercado futuro, segundo o TD Securities.
De acordo com o banco canadense, as preocupações com a oferta global induziram operadores a fazerem vista grossa para o aumento dos estoques do petróleo nos EUA, como reportado pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) e ao contrário do que analistas esperavam. Dados os fundamentos atuais e caso a produção de petróleo siga deficitária e o apetite por risco alto em 2022, o TD Securities avalia que não “demoraria muito para os preços caminharem” para o patamar de US$ 100 por barril.
A Capital Economics, por outro lado, prevê um recuo nos preços até o fim do ano, ainda que em ritmo menor que o esperado anteriormente pela consultoria. Agora, a casa espera que o barril do Brent termine em US$ 70, e o do WTI em US$ 68. A mudança nas projeções ocorre pois a oferta global do óleo foi menor que o estimado, mas a expectativa por um crescimento mais fraco em 2022, “especialmente nos EUA e na China”, junto à piora do sentimento por risco quando mais bancos centrais começarem a retirar acomodação monetária, sustentam a tese da instituição de que os preços do petróleo cairão.