18/02/2022 - 20:41
Foram concluídas nesta sexta-feira, 18, as ações de combate ao garimpo ilegal realizadas pela Polícia Federal e o Ibama, no Pará. Durante uma semana de incursões na região de Itaituba e Jacareacanga, os agentes destruíram 21 máquinas escavadeiras e 15 acampamentos usados pelos garimpeiros na região cortada pelo Rio Tapajós.
Houve ainda a destruição de uma balsa de exploração de ouro no leito do rio, além de motos, carros, motores e 41 mil litros de combustível. As estimativas da PF é de que os bens destruídos somam R$ 12,085 milhões.
Os garimpeiros protestaram durante toda a semana contra as ações que tiveram início na segunda feira, 14, quando a PF deflagrou a Operação Caribe Amazônico, nas proximidades da terra indígena Munduruku, do Pará. O objetivo das ações foi reprimir atividades de garimpo ilegal no Rio Tapajós, por meio da apreensão de materiais e destruição de maquinários utilizados na prática ilegal, além da repressão de outros crimes ambientais que impactam na região de Alter do Chão.
Em áudios trocados por meio de grupos de WhatsApp, garimpeiros atribuem o fim da operação a supostas investidas de parlamentares estaduais e federais do Pará que, segundo eles, teriam atuado junto ao Palácio Federal e ministérios para pedir o fim das operações. Essas informações, porém, não procedem. O encerramento da operação, segundo informações obtidas junto à PF, é que o trabalho já estava planejado para ser concluído nesta sexta-feira.
Na quarta-feira, 16, o deputado federal José Priante (MDB-PA), primo do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), criticou as ações e esteve no Palácio do Planalto, um dia antes, para protestar contra a destruição das máquinas. “Fui com o prefeito de Itaituba, Valmir Climaco (MDB), para fazer um registro de que estão tocando fogo, destruindo os equipamentos. É uma ação de pouca inteligência, destruir ativos que podem ser utilizados por prefeituras, é algo desinteligente”, comentou.
O deputado disse que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, se comprometeu em levar o assunto ao presidente Jair Bolsonaro, que já deixou clara a sua posição contrária à destruição de equipamentos em outras operações.
Além dos agentes da PF e Ibama, as ações que reuniram cerca de 150 agentes tiveram apoio da Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Marinha, Exército, Força Aérea Brasileira, Bope PMDF e Funai.