O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou seu discurso em cerimônia alusiva ao Dia Mundial de Doenças Raras, normalmente celebrado em 28 de fevereiro, para elogiar o general Eduardo Villas Bôas. “Ele está umbilicalmente ligado a uma palavra sagrada, mais forte e mais valiosa que a própria vida: a nossa liberdade”, declarou o presidente nesta quinta-feira.

Em 2018, Villas Bôas, então comandante do Exército, fez um tuíte interpretado como pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) para rejeitar um pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, ele publicou que o Exército compartilhava do “anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade” e que também estava “atento às suas missões institucionais”.

Na avaliação de Bolsonaro, Villas Bôas, presente na solenidade de hoje no Planalto, é uma pessoa “ímpar na vida pessoal e profissional”, além de uma inspiração. “Pessoa que sempre transmitiu fé, coragem e patriotismo”, declarou o presidente.

O chefe do Executivo lembrou em seguida que chegou a dizer, em 2016, que o general seria seu ministro da Defesa caso fosse o presidente da República. Villas Bôas enfrenta uma esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença de caráter degenerativo.

Na cerimônia, o governo ainda lançou a Caderneta do Raro. Trata-se de um documento com o registro da doença e os serviços médicos utilizados pelo paciente.

“A caderneta deve acompanhar a pessoa com doença rara em serviços de saúde, internações, emergências, viagens, campanhas de vacinação, matrículas em creche, escola, associações ou quando houver procura pelos serviços de assistência social”, explicou o Executivo em nota. “Ao registrarem as informações, os profissionais de saúde compartilham os dados com a família e facilitam a interação do acompanhamento multidisciplinar, conforme a necessidade de cada caso”.