O Ministério Público Federal (MPF) entrou com recurso nesta sexta-feira, 11, contra a sentença que absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) da acusação de corrupção pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da J&F.

Depois de quase quatro anos da abertura do processo, a partir de uma denúncia oferecida pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot, o juiz Ali Mazloum, da 7.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, concluiu que ficou ‘provada a inexistência do crime’.

A decisão também beneficia a irmã do tucano, Andrea Neves, o primo deles, Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima.

Uma das provas apresentadas contra o tucano é a gravação em que ele pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS, sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato.

O juiz acolheu os argumentos da defesa, de que o pano de fundo da conversa foi a proposta de venda de um apartamento da família do político no Rio de Janeiro, e concluiu que a negociação foi regular.

Em seu recurso, o MPF contesta dois pontos: a transação ter ocorrido sem a formalização de um contrato e o pagamento em dinheiro vivo e não por transferência bancária.

O Ministério Público Federal também reafirmou ‘não ter dúvidas’ de que houve corrupção.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO AÉCIO NEVES

“O recurso apresentado pelo Ministério Público é ato esperado e rotineiro.

A defesa confia que a decisão da Justiça será mantida, em especial porque os próprios delatores, em recente depoimento, confirmaram a inexistência de qualquer irregularidade por parte do deputado Aécio Neves.

Após cinco anos de investigações sobre os 40 anos de vida pública do parlamentar, a acusação não comprovou sequer um ato irregular que tenha sido praticado por ele.

Importante observar que o próprio MP tomou a iniciativa de pedir o arquivamento de uma das duas acusações contra o deputado nessa mesma ação.”