O presidente Jair Bolsonaro garantiu neste sábado, 12, que qualquer tipo de extração mineral em solo indígena apenas será feita com a permissão dos índios. O chefe do Executivo acrescentou que não tem dúvida de que a população local deseja que a atividade seja efetuada em suas áreas.

“Quero deixar bem claro: só será feito qualquer coisa em terra indígena se os indígenas assim concordarem. Estive lá na aldeia Flexal em Roraima, na (reserva) Raposa Serra do Sol. Pousei lá com o nosso helicóptero, e eles já sabiam do negócio (do projeto). São bem informados. E querem isso porque vão ganhar royalties em cima disso daí. Ou seja: o ser humano quer progredir”, argumentou com jornalistas após participar de um evento de filiação do PL, em Brasília.

De acordo com Bolsonaro, o indígena, “ao ser trazido para o nosso meio”, começa a ver as maravilhas da Medicina e outras coisas que acontecem no Brasil e quer se incorporar. “E tem se incorporado cada vez mais à nossa sociedade”, avaliou.

O presidente lembrou que o governo federal lançou nesta sexta-feira o Plano Nacional de Fertilizantes e que o presidente da Câmara, Arthur Lira, está muito sensível a questões de exploração dos recursos minerais em terras indígenas, mesmo sabendo que existe, por exemplo, potássio, fora de reservas indígenas. “Mas esse projeto permite, ao regulamentar dois dispositivos da Constituição, que você possa, por exemplo, ter hidrelétricas no vale do Rio Cotingo lá em Roraima.”

Rússia

Na conversa com jornalistas, Bolsonaro reforçou que o Brasil segue com boa relação com a Rússia neste momento em que há uma guerra liderada pelo presidente Vladimir Putin contra a Ucrânia. Uma prova disso, segundo o chefe do Executivo, foi a decisão do país de continuar a vender fertilizantes para o Brasil. Neste sábado, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, embarca para o Canadá à procura de novos fornecedores de potássio e outros insumos para a agricultura doméstica.

O presidente foi questionado sobre se o governo estuda alguma sanção contra a Rússia. “Olha, qualquer medida nós vamos tomar via Itamaraty e os nossos representantes na ONU Organização das Nações Unidas. Tá aí uma boa pergunta”, comentou.

Bolsonaro lembrou que viajou para a Rússia pouco antes do início do conflito e que conversou por mais de duas horas com Putin sobre vários assuntos. “O mais importante foi a questão dos fertilizantes. Nós votamos por duas vezes na ONU e está tudo bem entre nós e a Rússia. Tanto é que não existe qualquer barreira comercial no tocante a fertilizantes para nós aqui no Brasil”, minimizou.

O presidente comentou também que o Brasil conseguiu até mesmo um empresário russo para comprar uma unidade de fabricação de ureia em Três Lagoas, no Mato Grosso Sul. As atividades locais estão indo “a todo o vapor”, conforme o presidente. “Brevemente começará a produzir ureia aqui no Brasil também”, disse.