São Paulo, 19 – A produção declarada de peixes em Águas da União em 2020 foi 16% superior ao registrado no ano anterior, com 71.512 toneladas. A tilápia representou 98% do volume total, seguida das espécies pacu, tambaqui, tambacu e piauçu, informa o 4º Boletim mensal do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em edição especial de março que inclui uma análise sobre os dados mais recentes do setor de pescados.

Segundo a Conab, o Brasil tem 26.773 embarcações de pesca das mais diversas modalidades, além de 975.994 pescadores profissionais registrados, classificados entre artesanais e industriais, de acordo com o tamanho da produção e as técnicas empregadas. Na aquicultura – compreendida como o cultivo de organismos em meio total ou parcialmente aquático -, o Brasil tem 34.354 registros. Os dados foram extraídos do Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira (SisRGP).

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Quanto ao sistema de produção, 58% dos estabelecimentos registrados no Brasil são de produção semi-intensiva. Dentre os Estados, Santa Catarina destaca-se com o maior número de estabelecimentos. A atividade da aquicultura que envolve o maior número de trabalhadores é a piscicultura (86% dos aquicultores), seguida da carcinicultura (7%).

Hortaliças

O Boletim Prohort trouxe também a tradicional análise da comercialização de frutas e hortaliças. Alface e batata apresentaram estabilidade de preços em março, com movimentos intercalados de alta e baixa em níveis elevados. “Para abril, a tendência é de leve queda para a alface e de alta para a batata”, projeta a Conab.

O movimento preponderante, no entanto, foi de aumento dos preços na maioria das Centrais de Abastecimento (Ceasas). No caso da cebola, a tendência de alta se mantém desde o fim de 2021. Apesar do cenário positivo para os importadores, ainda não foi identificado impacto na redução dos preços. “Espera-se que os preços comecem a dar sinais de queda a partir de abril, mas em pouca escala”, estima a estatal.

O tomate também mantém um movimento de preços ascendente desde os últimos meses de 2021. A alta é causada pela redução na oferta – acumulada em quase 10% em 2022 – e pela alta sazonal da fase de transição de safras. Apenas em março os preços subiram 27,19%. “Abril segue a tendência inflacionária, uma vez que a oferta da safra de inverno ainda não é suficiente para compensar os aumentos verificados até o momento”, diz a Conab.

Para a cenoura, a redução na oferta chega a 30% na comparação com março do ano anterior. Este cenário pressiona uma alta histórica de preços, com inflação de 75,75% em fevereiro e de 22,08% em março. A tendência é que a alta se mantenha em abril, com possíveis quedas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Frutas

Segundo levantamento da Conab, houve tendência de aumento de preços para melancia, maçã e mamão, em março. No caso da melancia, foi observado um pequeno aumento da oferta, especialmente em Goiás, mas ainda sem impacto significativo na queda de preços.

Já para maçã e mamão, foram observadas pequenas elevações de preços na maioria dos mercados atacadistas. Para a maçã, foi registrado aumento da oferta, porém controlada pelas classificadoras de qualidade. Em abril, a tendência é de leve alta, porém sem um comportamento uniforme nas centrais de Abastecimento.

Quanto ao mamão, observa-se um cenário de pouca oferta e elevação dos preços, principalmente do papaia. Em abril, a tendência é de estabilidade nos patamares atuais, com uma recuperação mais demorada em razão dos altos custos de recuperação e implantação da safra.

Os preços da banana e da laranja mantiveram-se praticamente estáveis no mês passado, em virtude do aumento na oferta, segundo a Conab. A produção de banana irrigada do vale do São Francisco e o início da safra da banana nanica nas Regiões Sul e Sudeste são fundamentais para o resultado. Observa-se tendência de queda nos preços em quase todas as Ceasas e previsão de clima favorável para o próximo período.

As exportações brasileiras de frutas em março foram superiores aos envios em igual mês de 2021. Foram exportadas 257,72 mil toneladas de frutas, volume 2,14% maior que no mesmo período de 2021. O faturamento destas operações alcançou US$ 224,29 milhões, resultado 0,95% acima do computado em março de 2021.